Itajaí
Políticos de direita rechaçam municipalização do Porto de Itajaí
A federalização do Porto de Itajaí foi oficializada na tarde de terça-feira (17) pelo ministro de Portos e Aeroportos Sílvio da Costa Filho
A federalização do Porto de Itajaí, federalizado pelo governo federal devido a ineficiência da gestão municipalizada nos últimos anos, tem dado o que falar no meio político em Itajaí e Santa Catarina e evidencia ainda mais o racha entre governos do Estado e União. As críticas mais contundentes foram feitas pelo governador Jorginho Mello (PL-SC), que em vídeo publicado nas suas redes sociais chama a federalização de “vergonha”e repudia a entrega da gestão à Autoridade Portuária de Santos.
“Estou indignado com a atitude do governo federal em passar a autoridade portuária para São Paulo. Isso é uma vergonha. Eu preciso reagir como governador de Santa Catarina. O povo de Itajaí não aceita isso”, afirmou Jorginho no vídeo. O governador também criticou o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, pela decisão de nomear o advogado João Paulo Tavares Bastos Gama, ex-presidente da OAB de Itajaí e ex-candidato a prefeito pelo PT.
“Eu não tenho dúvida que Santa Catarina não merece isso. O PT de Santa Catarina não podia fazer essa sacanagem com Santa Catarina. Por isso, eu quero apelar ao deputado Décio Lima, que foi quem coordenou isso tudo. Não faça isso com Itajaí. Não faça isso com a população de Itajaí”, completou.
Em tom mais ameno, o prefeito eleito Robison Coelho (PL), ex-secretário de Estado de Portos e Aeroportos do governo Jorginho Mello, considerou precipitada a forma como o processo foi conduzido. Ele alega que a decisão de federalização foi feita de forma unilateral e tomada sem diálogo, audiência ou consultas. Disse ainda que a federalização traz um grande risco de centralização do poder em Brasília, o que pode afastar Itajaí das decisões, e que pretende conversar de forma construtiva com o governo federal.
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Já o prefeito Volnei Morastoni (MDB), acusado negligente com a gestão do Porto de Itajaí por uma boa parte do empresariado local, e consequente um dos responsáveis indiretos pela federalização, garante que sempre defendeu e defenderá o porto municipal. Em suas redes sociais disse que é a favor da gestão municipalizada há 30 anos, quando houve a delegação provisória ao município.
“Faço isso há quase 30 anos, quando participei ativamente do grande movimento inicial que culminou com a municipalização do terminal, entre os anos de 1995 e 1997. Em meu primeiro mandato como prefeito, reafirmei a importância dessa decisão e agora, desde janeiro de 2017, quando nosso povo me elegeu prefeito pela segunda vez, nos mobilizamos com bastante antecedência para reivindicar a manutenção da gestão municipal”, destacou. Ele culpa a polarização política, entre PT e PL, pela decisão.
Outro que se manifestou senador Esperidião Amin (PP). Em pronunciamento na tribuna do Plenário do Senado Federal ele criticou a decisão do governo federal de retomar a gestão do Porto de Itajaí, em Santa Catarina. Amin destacou a importância histórica e econômica do Complexo Portuário de Itajaí para o estado e para o Brasil, e defendeu a continuidade da administração municipal que, segundo ele, resultou em ganhos expressivos nos últimos 25 anos.
Para Amin, a retomada da gestão federal representa um “retrocesso de 31 anos” em uma trajetória marcada por “conquistas e eficiência”. Ele defendeu a prorrogação da autorização para que a prefeitura de Itajaí continue à frente do porto e solicitou um debate amplo com a sociedade catarinense antes de qualquer mudança definitiva.