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Dieta sem açúcar de Jade Picon pode trazer riscos à saúde, diz especialista

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Imagem: Reprodução Luíza Salvador/SCTodoDia

Saúde

Dieta sem açúcar de Jade Picon pode trazer riscos à saúde, diz especialista

A privação, a longo prazo, resulta em episódios de compulsão, já que o alimento passa a ser visto como inimigo ou como uma válvula de escape emocional

Texto: Kelley Alves

O hábito de eliminar completamente o açúcar ou outros grupos alimentares da dieta vem ganhando força nas redes sociais, impulsionado por influenciadores como Jade Picon, que compartilham rotinas saudáveis e corpos esculturais. Contudo, o psicanalista e psicólogo Maurício Lopes, professor da Unisul de Criciúma, faz um alerta: essas práticas, sem orientação profissional, podem trazer mais malefícios do que benefícios, afetando tanto a saúde física quanto a mental.

Os riscos das dietas restritivas

De acordo com Lopes, a demonização de certos alimentos, como o açúcar, muitas vezes leva a dietas extremas que não consideram as necessidades individuais. “Cortar completamente o açúcar ou qualquer outro alimento, sem acompanhamento, pode gerar transtornos alimentares. Essa privação, no longo prazo, resulta em episódios de compulsão, já que o alimento passa a ser visto como inimigo ou como uma válvula de escape emocional”, explica o especialista.

Ele também traz luz a um ponto muitas vezes ignorado: alimentos comuns, como pães e frutas, são metabolizados em açúcar pelo corpo. “Quando não há orientação, as pessoas podem tentar eliminar até mesmo itens saudáveis, como frutas, por medo do açúcar. Isso pode comprometer a saúde física e mental ao longo do tempo”, alerta.

A relação emocional com a comida

O especialista ressalta que a alimentação não é apenas uma questão fisiológica, mas também emocional e cultural. “Em famílias onde a comida tem um papel afetivo, como refeições fartas e tradicionais, o ato de cortar ou restringir certos alimentos não é simples. É uma mudança que requer tempo e acompanhamento para evitar rupturas abruptas e prejudiciais”, indica.

O psicólogo mostra que, frequentemente, as pessoas recorrem à comida para aliviar tensões emocionais. “Estamos tristes? Comemos. Estamos cansados? Pedimos algo rápido. A comida se torna um consolo. O desafio está em ressignificar essa relação e buscar equilíbrio”, orienta.

Equilíbrio: a chave para uma alimentação saudável

Segundo Lopes, o maior desafio para profissionais da saúde é criar estratégias alimentares personalizadas, que respeitem as particularidades de cada indivíduo. “Não existe uma dieta universal. Precisamos considerar o contexto de vida, os hábitos e a história de cada pessoa. Trabalhamos em conjunto com nutricionistas, médicos e educadores físicos para criar planos que sejam sustentáveis”.

Ele também lembra que nenhum alimento, isoladamente, é vilão. “O problema não é o açúcar, mas o excesso, a frequência e a falta de equilíbrio com outros aspectos da vida, como exercícios, sono e saúde emocional”, esclarece.

O papel das redes sociais

As redes sociais, embora inspirem, também podem desinformar. Postagens sobre alimentos “ruins” ou “bons” frequentemente simplificam questões complexas e incentivam práticas não saudáveis. “Há uma comercialização em torno dessas ideias. Sem orientação, as pessoas adotam dietas da moda que prometem resultados rápidos, mas ignoram o impacto no longo prazo”.

Para o psicólogo, é essencial abandonar a busca por fórmulas mágicas e focar em hábitos equilibrados e realistas. “A saúde não está em dietas restritivas ou padrões impostos, mas no cuidado individualizado. Isso demanda tempo, autoconhecimento e apoio profissional. O importante é criar uma relação saudável e sustentável com a comida”.

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