Cotidiano
Região discute futuro da contratação do carvão
A decisão sobre a continuidade dos contratos é aguardada com expectativa por toda a cadeia produtiva do carvão
Nesta terça-feira, dia 12, uma mobilização importante reune autoridades, prefeitos e representantes do setor carbonífero para discutir o futuro da contratação do carvão nacional e a produção das mineradoras da região. O encontro, que conta com a participação do engenheiro Fernando Zancan, presidente da Associação Brasileira de Carbono Sustentável, acontece em meio às incertezas sobre a renovação dos contratos de venda de energia das usinas térmicas.
Segundo Zancan, 75% da capacidade instalada das usinas térmicas a carvão nacional está sem contratos de venda de energia, o que gera instabilidade no setor. “Tem usina parada no Rio Grande do Sul, enquanto a nossa usina Jorge Lacerda está operando e exportando energia para Argentina e Uruguai. Com a onda de calor, talvez precise produzir para o Brasil, mas isso depende do sistema. Para termos tranquilidade na cadeia produtiva, precisamos de contratos de longo prazo, como os que existiam até 31 de dezembro do ano passado”, destacou.
A reunião com o Ministério de Minas e Energia ocorre em um momento oportuno, coincidindo com a presença de vários prefeitos, o que possibilita uma ampla discussão sobre a situação do carvão e a necessidade de soluções imediatas para as regiões carboníferas de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Atualmente, o carvão extraído está sendo vendido majoritariamente para a usina Diamante, com contratos vigentes até 2027. No Rio Grande do Sul, a usina da Âmbar tem contrato com a empresa CRM até o fim deste mês para o fornecimento de combustível fóssil, o que torna essencial uma atenção especial do governo federal e do Ministério de Minas e Energia para evitar paralisações.
Entre as soluções possíveis, Zancan apontou três caminhos específicos para Santa Catarina: a contratação direta da Jorge Lacerda, prevista para até o fim de março; a edição de uma medida provisória para contratar todas as térmicas do país, incluindo Jorge Lacerda, estendendo o prazo de operação; ou a derrubada do veto presidencial no Congresso Nacional, o que poderia garantir a continuidade das atividades do setor.
“Eu espero que o ministro nos dê uma resposta clara e que a solução passe pela medida provisória, pois essa é a forma mais rápida e eficaz para garantir a segurança do setor carbonífero”, concluiu Zancan.
A decisão sobre a continuidade dos contratos é aguardada com expectativa por toda a cadeia produtiva do carvão, que desempenha um papel fundamental na geração de energia e na economia das regiões carboníferas do sul do Brasil.