Cotidiano
Em Itajaí, a fé abraça a arte
A igreja matriz do Santíssimo Sacramento traz consigo uma riqueza imensa, sendo na religiosidade, ou na sua beleza artística
A Fé e a religião sempre estiveram unidas e de mãos dadas com a arte. Em Itajaí, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento é um local de encontro, comunhão e prática de fé da comunidade itajaiense, mas também monumento artístico e cultural tombado como Patrimônio Histórico Estadual pela Fundação Catarinense de Cultura. O santuário faz parte da história da comunidade de Itajaí desde os anos 1940, quando começou a ser construída. A inauguração ocorreu em 15 de novembro de 1955.
A obra foi iniciada pelo vigário Padre José Locks, seguindo o projeto do arquiteto alemão, Simão Gramlich, o construtor de inúmeras igrejas catarinenses. Na edificação, de 30 metros de largura por 60 metros de comprimento, foram utilizados cerca de 700 mil tijolos. Seu estilo mescla o neogótico e o românico e seus frontais atingem a altura de 50 metros. Arcos romanos e seis torres completam o conjunto arquitetônico.
Na parte interna, a beleza fica por conta dos afrescos dos pintores italianos Emilio Sessa e Aldo Locatelli na nave principal e altar. Ganham destaque os 55 vitrais que formam três séries das janelas, e a rosácea vitral, de autoria do consagrado vitralista Martin Obermeyer. Já o púlpito, que não poderia faltar nesse território de fé, arte e memória, é de autoria do escultor Erwin Teichmann.
História de fé e devoção
Em Itajaí, os primeiros moradores de origem portuguesa, provenientes das Ilhas dos Açores, trouxeram na bagagem sua religião católica, que se espalhou por toda a região da foz do rio Itajaí-Açu. O primeiro templo católico da cidade, a Igreja da Imaculada Conceição, foi construído em 1824, na praça Vidal Ramos, marco zero de Itajaí.
No entanto, com o desenvolvimento do município e o crescimento populacional, a igreja já não dava mais conta do número de fieis. A cidade precisava de uma maior, foi aí que se decidiu pela construção de um novo templo de arquitetura suntuosa, que expressasse também o momento de desenvolvimento econômico que a cidade estava vivendo no período de sua construção. Itajaí estava se urbanizando e se modernizando, e sua igreja matriz também precisava transmitir isso.