Blogs
Da gestão modelo ao rebaixamento em silêncio
Hercílio Luz caiu para a segunda divisão com apenas uma vitória

Por
Caio Maximiano

Acompanhei os cinco anos consecutivos do Hercílio Luz na primeira divisão: dois anos no Infosul, dois pelos microfones do Esporte de Primeira e a atual temporada na gigante audiência da Rádio Cidade Tubarão. De longe, o desempenho colorado em 2025 foi o pior de todos.
É lamentável ver que, após profissionalizar a gestão do futebol, o clube acabou perdendo tudo o que construiu. É inegável o mérito dos investidores no início e, principalmente, daqueles que transformaram o projeto em realidade. Mas é preciso refletir sobre onde e quando erraram — e muita gente sabe.
O Leão do Sul passou de modelo de gestão SAF a um time frágil e rebaixado com uma rodada de antecedência para a Série B, após uma campanha desastrosa de sete derrotas em 11 jogos. Mas os problemas vão além das quatro linhas.
O clube, que se destacava por sua organização, agora se esconde. Limitou os comentários em suas redes sociais, os dirigentes pouco falam com a imprensa e evitam prestar esclarecimentos à torcida. Não há diálogo. O diretor de futebol, Pedro Smania, foi um dos poucos que se manifestou algumas vezes, enquanto o presidente Vinícius Gaidzinski concedeu apenas uma entrevista em todo esse tempo. O time tubaronense amargou uma das piores campanhas de sua história. E agora, ninguém vai assumir a culpa?
Além disso, os bastidores mostram um clube em declínio. Vários funcionários saíram, a categoria de base foi desativada e o Hercílio Luz perdeu o selo de clube formador da CBF — algo que deveria ser um pilar para qualquer equipe que pensa a longo prazo.
E tudo o que foi feito nas últimas duas temporadas deixa uma lição: se não quiser sucumbir no já fragilizado futebol catarinense, o clube precisará mudar sua mentalidade.
Já aos atuais gestores, o recado é um só: se não tiverem mais interesse em conduzir o futebol colorado, que ao menos abram espaço para quem realmente quer fazer o clube crescer.