Bem-estar
Cinco traços comuns em crianças e adultos superdotados
Diálogo interno, curiosidade e gosto pela solidão estão entre as características mais observadas

Por
Joca Baggio
A superdotação, considerada hoje dentro do grupo das altas habilidades, pode se manifestar de diferentes formas, mas costuma trazer traços recorrentes entre quem apresenta esse perfil. De acordo com o Modelo Castelló-de Batlle, a superdotação ocorre quando há destaque em múltiplas áreas do talento — verbal, matemática, espacial, criativa e lógica, por exemplo. Já as altas habilidades se referem mais a um potencial que pode ou não ser desenvolvido ao longo da vida.
Embora cada caso seja único, especialistas apontam comportamentos frequentemente presentes em pessoas superdotadas. Confira cinco deles:
1. Praticam o diálogo interno
Superdotados tendem a dialogar consigo mesmos como forma de organizar ideias, testar hipóteses e analisar cenários. Essa prática favorece a inteligência emocional, a memória e a resolução de problemas.
2. São muito curiosos
A curiosidade é um dos sinais mais claros de inteligência. Crianças superdotadas, em especial, demonstram motivação interna e persistência para explorar novas experiências, característica que costuma acompanhá-las na vida adulta.
3. Mantêm o desejo constante de aprender
A paixão por aprender anda lado a lado com a curiosidade. Pessoas superdotadas costumam dedicar-se continuamente à aquisição de novos conhecimentos e habilidades. “Você não começa a envelhecer de verdade até parar de aprender”, afirmou Bill Gates em entrevista à Time — frase que ilustra esse impulso constante.
4. Podem ter dificuldade em aceitar que os outros pensam diferente
A alta capacidade intelectual faz com que desenvolvam cedo a teoria da mente e a metacognição, mas também pode levá-los a presumir que todos raciocinam da mesma forma. Isso pode gerar frustração em interações sociais, especialmente em contextos pouco diversos.
5. Gostam da solidão
Estudos apontam que pessoas muito inteligentes costumam preferir momentos de isolamento voluntário. Esse tempo sozinhas pode estimular criatividade, inovação e regulação emocional. Ainda assim, não há relação direta com dificuldades sociais: muitos superdotados apresentam excelentes habilidades de convivência.
No entanto, cada indivíduo manifesta esses traços em intensidades diferentes. Por isso, a identificação da superdotação exige avaliação criteriosa e acompanhamento especializado.