Archimedes Naspolini
Estradas de Sangão e São Roque no caminho da emancipação
Demandas de 1910 explicam o desejo de emancipação de Criciúma
Permitam que eu diga, preliminarmente: Faltam 313 dias para o centenário de emancipação político-administrativa do nosso município.
Será que os bairros Sangão e São Roque já estão pensando em como vão participar dos festejos alusivos à passagem do centenário?
E olha, vou buscar, num documento datado a 6 de março de 1910, uma das razões do por quê nossa gente queria a emancipação.
O documento, manuscrito e contendo várias assinaturas, dirigido ao prefeito municipal de Araranguá, diz, textualmente, o seguinte:
“Os abaixo assinados residentes no lugar Rio Sangão, Distrito de Cresciuma, vem perante V. Sª. pedir-vos para não pagar o imposto sobre fogão, issto é, sendo aquele dinheiro empregado no conserto e conservação da estrada neste lugar que terá uns 1% quilômetro mais ou menos de extensão. Trinta famílias. A referida estrada se acha quase intransitável e assim sem via alguma de comunicação. Entregamos nossa confiança ao nosso sentimento justiceiro e esperamos de, em breve, ser-nos satisfeitos visto que com ingentes esforços estamos colonizando esta Zona.”
Tanto quanto possível atualizei a forma de escrever, mas o sentimento daquela gente não foi alterado.
Querem saber quem assina esse documento? É só escutar: Pela ordem sequencial das assinaturas: João Ortolan, Antonio Ros, Giovanni Benfatto, João Isé, João de Luca a rogo de Pedro Giusti, Angelo Simão, Luiz Milaneze, Luiz de Luca a rogo de Augusto Frasson, Pascoale Borsato, Silvestro Minotto, Martino Picolo, Emilio Benfato e um cidadão chamado Distefano.
O Sangão e o São Roque só tiveram estrada, na verdadeira acepção da palavra, quando suas vias públicas receberam pavimentação asfáltica. Levou tempo! E esta era a grande reclamação dos seus habitantes que faziam coro à reivindicação da nossa emancipação.
Ah, e o tal Imposto Fogão, falado no documento epigrafado (e que será objeto de citação em futuros documentos a serem aqui analisados) esse Imposto Fogão será oportunamente dissecado.
Esta e as demais crônicas deste espaço estarão inseridas no corpo do livro A Crônica do Centenário, a ser lançado em novembro do ano que vem. E eu retornarei terça-feira. Até lá amigos e um abraço do meu tamanho!