Archimedes Naspolini
Seu Lorenzo e a decisão: o distrito participa dos pleitos
A fé religiosa e a vontade de Cresciuma participar das discussões
Faltam 355 dias para o Centenário de emancipação de Criciúma.
Será que no quartel do batalhão do Exército, o 28 GAC, já se discute a possível participação dos verde-olivas nas comemorações do nosso Centenário?
Na parede da sala do imigrante Angelo Netto, uma gravura do Imaculado Coração de Maria, trazida enroladinha na mala de sua mulher, Dona Antonia. Era na frente dessa imagem, que muitos dos colonizadores se reuniam para a reza do terço, pedindo a atenção do céu para amenizar as suas diuturnas dificuldades.
A cada terço, isto é, a cada final de dia, depois da reza do rosário, muita conversa – e cachaça, porque ninguém é de ferro – muita conversa, repito, em torno da necessidade de ser erguida uma capela como casa de oração para todos.
A religião católica era professada por todos os imigrantes de 1880, então, nada mais justo do que a comunidade se preocupar à busca de um templo para essa religião. E a igreja era fundamental para a união de todos, já que, por herança italiana, o respeito aos mandamentos da Santa Madre era imposição para o bom relacionamento de todos. E se isso é verdadeiro, a Igreja, por seus clérigos e seus fiéis, teria força imensurável na discussão das aspirações coletivas.
E foi Seu Lorenzo Benedet quem, pela primeira vez, publicamente, se manifestou argumentando ser tempo de o distrito se organizar e participar dos pleitos eleitorais da praça, isto é, das eleições em Araranguá.
É preciso informar que Seu Lorenzo, casado com Dona Regina, trouxe da Itália os filhos Maria, Tereza, Pietro, Domenico, Antonio e Giuseppe. Esse Pietro, aí, é o Pedro que foi cognominado de Coronel e que teria papel importante na história de nosso município.
Ah, e o pessoal atendeu ao que reivindicou Seu Lorenzo.
É o que veremos amanhã! Até lá amigos e um abraço do meu tamanho!