Archimedes Naspolini
Uma escola, estradas de dentro da colônia e uma capela da igreja católica
As prioridades dos italianos ao chegarem em Criciúma, nos anos 1880
Faltam 361 dias para o Centenário de emancipação de Criciúma. Será que há alguma entidade, ou alguém, se preocupando com essa efeméride?
Humildemente, eu estou. E, pioneiramente, a Rádio Cidade Em Dia, consciente do seu papel de formadora de opinião e prestadora de serviços à comunidade.
Então, precisamos combinar que, em 1880, quando os italianos chegaram a fundaram Criciúma, a nossa população era de 145 pessoas, entre adultos e crianças, casados e viúvos e solteiros. Todos conhecidos – e bem conhecidos – uns dos outros.
Era possível, inclusive, saber nomes e características de todos. E seria injusto não citar, o que faço neste instante: Os Barbieri, os Benedet, os Biléssimo, os Casagrande, os Dário, os Daros, De Luca, Martinello, Meller, Milanese, Milioli, Netto, Ortolan… Os Pavan, Pizzetti, Piazza, Pierini, Scotti, Sonego, Tomé, Venzon e os Zanette. Uns mais, outros menos, mas todos imbuídos do desejo de organizar a comunidade por eles fundada, a nossa Criciúma.
E eles aproveitavam dois momentos importantes para discutir as soluções para tantos problemas encontrados: era depois da reza diária do terço e depois da missa que, quinzenalmente, um padre de Tubarão, de Laguna ou de Araranguá vinha presidir na comunidade.
Daquelas reuniões sistemáticas sempre nasciam algumas demandas a serem defendidas. Por exemplo: a necessidade de uma escola que ensinasse o português (Dio Madonna, tutti quanti parlava solo italiano, dialeto do Veneto). A necessidade de abrir caminhos, estradas, dentro da grande colônia e na ligação com Tubarão e Araranguá. A imperiosa necessidade de ser construída uma capela da igreja Católica, religião de todos os imigrantes fundadores.
Do centro da cidade não vinha absolutamente nada. Era preciso se organizarem. E isso será visto segunda-feira. Até lá amigos e um abraço do meu tamanho!