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Rebel Ridge: tensão, racismo e violência policial norteiam lançamento da Netflix

Paulo Monteiro
Rebel Ridge: tensão, racismo e violência policial norteiam lançamento da Netflix
Foto: Reprodução

Paulo Monteiro

Rebel Ridge: tensão, racismo e violência policial norteiam lançamento da Netflix

Filme de ação está disponível na plataforma de streaming

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A violência policial contra pessoas negras sempre foi uma sombra na história dos Estados Unidos. Da escravidão à segregação racial, passando pelos distúrbios de Detroit na década de 60, e culminando no assassinato de George Floyd em 2020. Existem muitos momentos da formação dos EUA que fazem com que a abordagem de policiais à uma pessoa preta gere, por si só, um momento de extrema tensão. É esse sentimento, construído com base no histórico do país, que Rebel Ridge (2024) explora à exaustão – em uma empolgante trama de corrupção.

Disponível na Netflix desde o dia 6 de setembro, Rebel Ridge é o lançamento que a plataforma de streaming precisava para o mês. Um filme de ação acessível, com potencial de se tornar popular, construído em cima de uma camada de discussões sobre racismo e violência policial que contribuem para o ponto de maior destaque do longa: a tensão.

Dirigido por Jeremy Saulnier, cineasta conhecido principalmente pelo ótimo Sala Verde (2015), Rebel Ridge acompanha um ex-fuzileiro que descobre a extensão da corrupção de uma pequena cidade dos Estados Unidos quando uma tentativa de resgatar seu primo se transforma em um violento confronto com a polícia.

É inteligente a forma como o filme se vale desse histórico norte-americano de violências policiais contra pessoas pretas para construir um sentimento constante de medo e apreensão. O público teme pelo personagem a partir do primeiro momento em que ele é abordado pela polícia. Todos os encontros seguintes carregam a mesma tensão – que vai escalando na medida em que o acordo entre as partes se torna cada vez mais improvável.

O fato dessa construção acontecer sem que o filme trate de forma verbal sobre o racismo também é um fator que agrega ao desenvolvimento da história. Você não verá o personagem falando com todas as letras sobre o motivo do tratamento violento que recebe dos policiais, mas a circunstância de ser o único homem preto em uma pequena cidade dos EUA diz por si só.

Por fim, a tensão é complementada pela ação. Rebel Ridge não conta com grandes cenas de perseguição ou de conflito, mas é competente em te fazer temer pelo personagem nesses cenários. Além disso, está o tempo inteiro indicando que todo aquele ar tenso será resolvido em um confronto que está por vir.

O filme peca, no entanto, quando tenta apelar para o sentimentalismo. A subtrama da personagem que ajuda o protagonista a expor a corrupção da polícia é desinteressante e mal construída, bem como a própria exposição do sistema corrupto. Apesar de serem bons construtores de tensão, os atores não seguram o drama que o diretor, por vezes, tenta vincular a eles.

Nota: 3,5 / 5

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