Concórdia mantém pés no chão após classificação

O Concórdia escreveu um novo capítulo em sua história. Atual campeão da Copa Santa Catarina, a equipe concordiense venceu a Ponte Preta por 2 a 1 nesta quinta-feira (27), no Domingos Machado de Lima, e avançou à segunda fase da Copa do Brasil.

A vitória memorável em casa ganhou contornos de dramaticidade no decorrer dos 90 minutos. O resultado positivo foi construído de virada, pelos pés dos atacantes Felipe Rangel e Zé Andrade, autores dos gols, e pelas mãos do experiente goleiro Villa, que defendeu pênalti e fez outras intervenções importantes. Além da classificação histórica, o Concórdia garantiu R$ 1,8 milhão em premiação pelo avanço na disputa.

Em entrevista ao programa Central do Esporte, da Rádio Cidade Tubarão, nesta quinta-feira (27), o presidente do Concórdia, Hilton Almeida, comentou sobre o jogo histórico diante da equipe paulista, os desafios enfrentados desde que assumiu a gestão do clube em setembro de 2024 e os planos para o futuro.

Confira a entrevista na íntegra:

Para Hilton, a partida contra a Ponte Preta teve de tudo, e o Galo do Oeste mostrou sua força. O Concórdia saiu atrás no placar e viu o adversário desperdiçar um pênalti ainda no primeiro tempo. “Graças a Deus, o Villa defendeu o pênalti e voltamos para o jogo. No segundo tempo, foi mais calmo, criamos chances, eles também, e fizemos o placar”, destacou.

A classificação na Copa do Brasil veio logo após uma campanha instável no Campeonato Catarinense, na qual a equipe precisou de uma combinação de resultados na última rodada para evitar o rebaixamento. “Nossa visibilidade seria esse jogo da Copa do Brasil. Temos uma intenção grande de reestruturação, mas também buscamos a ascensão dos atletas em nível nacional”, explicou Hilton.

Felipe Rangel abriu o caminho da virada do Concórdia diante da Ponte Preta. Foto: Ricardo Artifon/CAC

Desde que assumiu o clube no ano passado, Hilton Almeida adotou uma política financeira cautelosa. O objetivo é garantir a sustentabilidade do Concórdia sem comprometer o orçamento. “Pegamos o clube com um percentual de dívida muito alto. Desde setembro, resolvemos fazer as coisas com pés no chão. Fomos campeões da Copa SC dentro desse planejamento e seguimos no Estadual”, disse o presidente.

A vaga na segunda fase da Copa do Brasil também traz um alívio financeiro importante para alcançar novos objetivos. “Com esse aporte da Copa do Brasil, vamos honrar as dívidas e replanejar a Série A do Catarinense do ano que vem. Vamos diminuir a dívida, que era muito alta”, revelou. O foco para 2026 é buscar uma vaga no Campeonato Brasileiro.

Atletas, comissão técnica e staff comemoram a classificação no Domingos Machado de Lima. Foto: Ricardo Artifon/CAC

No aspecto esportivo, ainda pensando em Copa do Brasil, o Concórdia planeja algumas contratações pontuais para reforçar o elenco, especialmente devido a lesões e saídas de jogadores. “Tivemos muitas lesões e perdemos alguns atletas. Pedro Arthur e Gaudêncio saíram para Ucrânia e Japão, e isso desestruturou o time que tinha um entrosamento muito bom na Copa SC”, comentou.

A longo prazo, o Galo do Oeste também aposta na formação de jovens talentos para manter um elenco competitivo. “Nosso projeto é trabalhar com a base, montar um sub-20 forte que possa nos dar sustentação na Copa SC”, afirmou Hilton.

Outro pilar do planejamento para a sequência da temporada é a possibilidade de manutenção do técnico Jailson Zatta, que já marca seu nome na história do clube. “O Zatta é um cara bem centrado, novo, entrando no mercado e precisava desse desafio. Explicamos qual seria o planejamento, ele e os meninos compraram a ideia e isso foi a chave do sucesso”, ressaltou o presidente.

Classificado para a segunda fase, o Concórdia agora aguarda o vencedor de Portuguesa-SP e Botafogo-PB, que se enfrentam nesta quinta-feira (27), às 21h30, no Pacaembu. O sorteio já determinou que o time do oeste do estado vai jogar fora de casa na sequência da competição nacional.

Goleiro Villa, de 41 anos, foi peça fundamental na classificação do Concórdia. Foto: Ricardo Artifon/CAC