Fusão entre clubes de Tubarão: nostalgia ou utopia?

Vez ou outra, retorna à pauta o tema da fusão entre os clubes de Tubarão. Para os saudosistas, surge a lembrança do Tubarão Futebol Clube, que trouxe a parceria entre Ferroviário e Hercílio Luz, conquistando títulos e levando grandes públicos ao Aníbal Costa entre as décadas de 1990 e 2000. No entanto, a maioria não simpatiza com a ideia de um único clube, uma só cor e um só nome.

Nos últimos dias, o assunto voltou à tona nas redes sociais. A criação de um perfil bem-humorado endossou a ideia da união: o TubaLuz. A página mistura os elementos de Atlético Tubarão e Hercílio Luz de forma irreverente, brincando com a rivalidade.

TubaLuz: página nas redes sociais brinca com ‘possibilidade’ de fusão entre os clubes. Foto: Reprodução

Mas por que o assunto retornou?

Segundo a diretoria do Tubarão, a SAF do Hercílio Luz teria feito uma consulta recentemente sobre a possibilidade de “união”. A ideia seria que ambos os clubes se beneficiassem com o crescimento da torcida. No entanto, para que isso acontecesse, um dos clubes teria que abrir mão de sua identidade, o que acabou encerrando a discussão antes de ganhar tração.

A diretoria do Tubarão foi clara ao afirmar que não abriria mão de suas cores e nome, preferindo seguir com seus próprios planos. Segundo dirigentes do Peixe, os clubes hoje não competem diretamente, pois vivem realidades distintas. No lado azul do trilho, o assunto está encerrado.

Do lado vermelho, a questão também parece superada. Procurado pela reportagem, o principal mandatário hercilista preferiu não entrar em detalhes sobre o tema.

Para os que acreditam que um clube só seria a solução, o exemplo do Criciúma costuma ser citado. Em uma cidade de 200 mil habitantes, o time consegue levar quase 10% da população a cada jogo no estádio. No entanto, com o tempo, ficou claro que é possível, sim, ter dois clubes na mesma cidade desde que ambos estejam organizados. O futebol é feito de boa gestão e a fidelização dos torcedores se dá através de conquistas.

O modelo empresarial no futebol veio para contribuir nesse sentido, mostrando que é possível equilibrar investimentos e sucesso no campo. No Tubarão, a gestão anterior deixou dívidas, mas inicialmente trouxe o título da Copa Santa Catarina para contribuir no aumento do número de torcedores. É verdade que tudo foi colocado a perder, mas a taça está lá. Hoje, depois de sofrer por alguns anos, o Peixe voltou a vislumbrar um futuro. Já no Hercílio Luz, o modelo SAF mudou o clube de patamar com a profissionalização por completo do futebol.

Tubarão não tem mais dois clubes sucumbindo no cenário estadual como aconteceu por muito tempo. O Hercílio Luz caminha, entre erros e acertos, para seu quinto ano consecutivo na elite, além das boas chances de conquistar o título da Copa SC. Já o Tubarão, agora liderado por Felipe Gil no departamento de futebol, tem as diretrizes claras do que fazer (e não fazer) para retornar à primeira divisão em 2026 e provar que, sim, é possível ter dois times na cidade.