O planeta como stakeholder: integrando objetivos globais nas estratégias de negócio

Por Gisele Victor Batista
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Em um contexto marcado por eventos climáticos extremos que impactam comunidades e a economia global, torna-se essencial a adoção de modelos de negócios focados em stakeholders, em vez de apenas em acionistas. Hoje, os modelos tradicionais estão cedendo lugar a uma nova missão corporativa que visa legitimar os interesses de todas as partes interessadas.

O movimento do Capitalismo Consciente nos lembra que o propósito de uma empresa deve ir além do lucro, servindo todos os seus*stakeholders, incluindo, de maneira especial, nosso planeta. As organizações, como parte da comunidade, dependem dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos para seus processos produtivos.

Por isso, elas devem atender não apenas às necessidades de seus clientes ou investidores, mas também às demandas sociais e ambientais, estabelecendo um compromisso autêntico com a sustentabilidade. Isso inclui dar destaque aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para promover uma economia inclusiva e resiliente.

Quando uma organização alcança essa maturidade, ela constrói uma relação de confiança mútua, permitindo que os clientes apoiem empresas que ofereçam produtos e serviços responsáveis, que respeitem as expectativas sociais e contribuam para a preservação ambiental. Muitas empresas possuem a semente de um propósito maior que, quando reconhecido e valorizado pela liderança, pode expandir os benefícios econômicos e sociais do negócio de maneira significativa.

É possível lucrar enquanto se cuida das pessoas e do planeta. Esta nova forma de gestão reforça o ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), o ODS 12 (Consumo e Produções Responsáveis) e o ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima).

Adotar uma abordagem de negócios que considera todos os stakeholders ajuda as empresas a serem vistas não apenas como centros de lucro, mas como agentes de mudança positiva. Isso é vital, pois a crise climática pode afetar diversos aspectos da sociedade — desde a política e economia até a saúde e segurança alimentar das pessoas — e acentuar conflitos sociais.

No entanto, é necessário mais intencionalidade nas agendas de sustentabilidade corporativa. Nossa capacidade de nos adaptarmos e nos transformarmos permitirá compreender e construir um novo modelo de progresso. Este reconhecimento transforma as empresas em agentes de mudança, alinhadas ao ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes), contribuindo para a resiliência e capacidade de adaptação das sociedades.

Simon Sinek, em sua teoria do “Jogo Infinito”, afirma que “Aquilo que nos facilita, nos acomoda. Mas aquilo que nos inspira, nos faz querer chegar mais longe.” Que a sustentabilidade seja sempre nosso “jogo infinito”, um compromisso contínuo com a evolução e a adaptação, que nunca se esgota e nos impulsiona adiante.

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*Stakeholders são os indivíduos ou grupos que têm interesse ou são afetados por um projeto ou organização.