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ODS 13 em Ação: COP 29 e o papel das empresas na era do clima extremo
A COP 29 não deve ser vista apenas como mais uma chance para estabelecer metas climáticas, mas como um ponto de inflexão decisivo: ou avançamos na adaptação de nossos modelos de negócios, alinhando o crescimento econômico com a regeneração ambiental, ou corremos o risco de ver nossos compromissos sustentáveis perderem relevância diante de um futuro potencialmente desolador.
Agosto de 2024 marcou o 15º mês consecutivo de temperaturas globais recordes. A necessidade de uma ação climática rápida é mais urgente do que nunca, e a COP 29, que começou esta semana em Baku, Azerbaijão, desempenhará um papel fundamental na definição das ações para os próximos anos.
A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29), que começou nesta segunda-feira e ocorre em um momento crítico para o futuro do planeta. Em 2023, as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) atingiram níveis recordes, agravando as preocupações com os impactos negativos do aquecimento global.
Segundo o Relatório de Lacunas de Emissões, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as emissões globais de GEE alcançaram 59 gigatoneladas de CO₂ equivalente em 2023, superando todos os recordes anteriores. Esse aumento representa um crescimento de 2,4% em relação a 2022, evidenciando que os esforços atuais de mitigação climática ainda são insuficientes para frear o crescimento das emissões.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que 2024 poderá ser o ano mais quente já registrado, com a temperatura média global próxima da superfície cerca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. A persistência de altas emissões e o consequente aquecimento global intensificam a ocorrência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, inundações e tempestades severas, afetando diretamente a saúde humana, a segurança alimentar, a disponibilidade de água e a biodiversidade.
No entanto, apesar desses dados alarmantes, muitos países ainda investem na expansão dos setores de petróleo e gás. De acordo com o Relatório Mundial de Energia 2024, da Agência Internacional de Energia (AIE), os governos emitiram 4.210 novas licenças para exploração e perfuração de hidrocarbonetos em 2023, um aumento de 12% em relação ao ano anterior. Essa tendência contrasta fortemente com as metas de neutralidade climática estabelecidas no Acordo de Paris.
Diante desse cenário preocupante, as expectativas para os resultados da cúpula climática internacional (COP29) são imensas. É essencial mitigar esses riscos e reduzir significativamente as emissões de GEE, o que exigirá uma transição acelerada para fontes de energia renovável, melhorias na eficiência energética, proteção e restauração de ecossistemas naturais, além da implementação de políticas públicas robustas que incentivem práticas sustentáveis em todos os setores da economia.
Qual é o papel das Organizações na Agenda Climática?
A COP 29 representa uma oportunidade crucial para repensarmos o papel das empresas e das lideranças em resposta à crise climática, especialmente no que tange ao cumprimento das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 13 (ODS 13). Ao investir em eficiência energética, adotar fontes de energia limpa e renovável e inovar em tecnologias e produtos sustentáveis, as empresas não apenas avançam na agenda 2030, mas também asseguram a sustentabilidade de seus negócios a longo prazo.
Além disso, este momento exige uma reavaliação crítica do desempenho das lideranças corporativas diante dos desafios climáticos atuais. Com a crescente exigência por práticas de ESG rigorosas e a pressão de investidores e consumidores por autenticidade em ações sustentáveis, líderes que incorporam a sustentabilidade em seus planos de negócios tornam-se fundamentais para a descarbonização da economia.
Portanto, a COP 29 não deve ser vista apenas como mais uma chance para estabelecer metas climáticas, mas como um ponto de inflexão decisivo: ou avançamos na adaptação de nossos modelos de negócios, alinhando o crescimento econômico com a regeneração ambiental, ou corremos o risco de ver nossos compromissos sustentáveis perderem relevância diante de um futuro potencialmente desolador.
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Fonte de pesquisa:
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA. Relatório de Lacunas de Emissões 2023. Disponível em: https://www.unep.org/emissions-gap-report-2023
Organização Meteorológica Mundial (OMM). Declaração sobre o Estado do Clima Global em 2024. Disponível em: https://public.wmo.int/en/our-mandate/climate/wmo-statement-state-of-the-global-climate