A nova novela catarinense

Bolsonaro faz questão que o filho Carlos seja candidato ao senado por aqui, Jorginho diz amém e só pede para que a 2ª vaga seja de Amin, e neste acordo quem dançou foi a melhor e mais votada deputada Federal do PL.

Kaue Locks

Publicado em: 10 de novembro de 2025

5 min.
A nova novela catarinense. - Fotos: Divulgação

A nova novela catarinense. - Fotos: Divulgação

Vimos esses dias um grande imbróglio envolvendo lideranças da direita em Santa Catarina, mais precisamente de políticos do PL ligados ao Bolsonarismo, que não conseguem ter uma coesão e ter o mesmo norte de projeto eleitoral.

Jair faz questão que o filho Carlos seja candidato ao senado por aqui, Jorginho diz amém e só pede para que a 2ª vaga seja de Amin (isso para aumentar suas chances de ser reeleito), e neste acordo quem dançou foi a melhor e mais votada deputada Federal do PL. Carol de Toni se sentiu traída e junto com a deputada estadual mais votada, Ana Campagnolo, botaram a boca no trombone e expuseram as rixas internas da sigla, sobrando também para o Senador carioca, digo, Senador catarinense Jorge Seif. O resultado aparente de tudo isso é que a Dep. Carol de Toni vá para o Partido Novo e seja candidata ao Senado por lá.

Dado esse enredo e analisando outros momentos da direita no passado, onde não conseguem ter essa coesão para um projeto único, onde sempre há divergência de ideias e de opiniões que acabam resultado em brigas públicas, acaba passando a sensação de algo descentralizado e que ninguém obedece a ninguém. Já do outro lado, na esquerda, o projeto sempre passou pelo nome de Lula, algo centralizado, onde quem manda é uma pessoa e o resto obedece. Tanto é que ele consegue manter sob sua rédea desde os sociais democratas softs como João Campos e Tábata Amaral, até a esquerda comunista mais extrema como Guilherme Boulos e os estudantes das universidades federais.

Isso passa muito pela questão dos valores de cada espectro político, onde a esquerda preconiza a centralização do poder e a coletivização, onde um pequeno grupo dá as diretrizes e as ações a serem realizadas, e a militância apenas cumpre esse papel de obedecer, sem questionar se as decisões tomadas são realmente as melhores possíveis.

Já a direita, que no seu cerne ideológico tem a liberdade e a autonomia do indivíduo, toma decisões descentralizadas e acabam expondo para o público todos os seus pensamentos, mostrando ao eleitor o que realmente acontece nos bastidores da política. Assim, na hora do voto, esse tem mais informações sobre quem escolher, pois sabe o que o seu candidato pensa, como ele age, e não é apenas um fantoche nas mãos de um político de Brasília.

Agora nos resta ver como isso vai se desenrolar na eleição de 2026, se os catarinenses vão aceitar mais um carioca representando o nosso estado no Senado, ou se vamos colocar uma pessoa daqui que conhece nossos problemas e valores. Sejamos francos: o melhor lugar do país, que é referência para o resto do Brasil, não precisa de políticos de fora.



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