Ultimamente Tubarão vive um problema que atravessa todos os bairros e classes sociais. A coleta de lixo, um serviço essencial, está comprometida. E quando um serviço tão básico falha, toda a cidade sente. A situação que observamos nas ruas com sacos acumulados, chorume vazando dos caminhões, mau cheiro e risco sanitário, é uma questão de saúde pública. E também um reflexo de como decisões administrativas e políticas impactam na nossa rotina.
Nessas últimas semanas, a coleta tem sido realizada de forma emergencial, por empresas contratadas temporariamente. Isso, que deveria ser uma solução provisória, acabou se estendendo muito mais do que deveria. E agora, quando finalmente o processo licitatório para contratação definitiva deveria avançar, ele volta a ser suspenso. A razão são novas impugnações apresentadas por empresas concorrentes.
E essas impugnações são dos mais diversos tipos: erros de cálculo, inconsistências em planilhas orçamentárias, exigências consideradas ilegais e subavaliação de custos.
Entre a urgência prática e a morosidade dos processos, Tubarão precisa de estabilidade no que é essencial. Precisamos de planejamento contínuo, contratos sólidos, fiscalização efetiva e responsabilidade na condução das decisões públicas.
Não podemos viver de improviso permanente e de vídeos nas redes sociais. O que precisamos agora é transparência no andamento da licitação, clareza nos prazos e compromisso com a execução. E, principalmente, que as necessidades básicas da população, que nesse caso é a retirada do lixo das suas casas, é mais importante do que apresentar um sistema de gestão em outro continente. Isso é dar prioridade ao que é essencial.
Uma cidade se constrói nos detalhes e no enfrentamento aos grandes problemas. E o recolhimento do lixo, que é algo visível a todos, quando falha, nos deixa em dúvidas sobre como as áreas “invisíveis” estão sendo geridas.