Casas militares em Criciúma fora das prioridades
Prefeito Vagner Espíndola considera valor alto e prioriza outras demandas. Tentativa com o Exército não vingou
A proposta de aquisição das casas militares próximas à Praça do Congresso, um tema discutido desde a gestão anterior, foi oficialmente retirada das prioridades da Prefeitura de Criciúma. O motivo é o alto valor exigido pelo Exército para a venda dos imóveis. Segundo o prefeito Vagner Espíndola, o custo da transação foi estimado em quase R$ 20 milhões, um montante considerado incompatível com o orçamento municipal.
“Tudo é orçamento, tudo é custo. Quando nos deparamos com um valor desses, precisamos analisar onde o dinheiro público terá mais impacto”, afirmou Espíndola. No momento, segundo ele, a administração municipal decidiu focar os investimentos na aquisição de um terreno onde funciona o Alvorada Clube, com o objetivo de construir um centro multiprofissional para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros transtornos do neurodesenvolvimento.
O ex-prefeito Clésio Salvaro havia demonstrado interesse em adquirir sete das nove casas militares situadas na Praça do Congresso. A intenção era transformá-las em uma Vila das Etnias, valorizando as culturas que contribuíram para a formação de Criciúma. Salvaro chegou a propor ao Exército a aquisição de outros imóveis para realocar os militares que atualmente ocupam as casas, mas as tratativas não avançaram devido às divergências quanto ao valor e às condições da negociação.
Centro multiprofissional para crianças com TEA
Sobre a atual prioridade do município, o prefeito revelou que o centro multiprofissional será fundamental para atender mais de 600 crianças já diagnosticadas com TEA na cidade, oferecendo terapias especializadas como ecoterapia, sinoterapia e musicoterapia, além de estimulação sensorial e mastigatória.
“Quanto mais cedo iniciarmos essas terapias, maior será a autonomia das crianças, podendo, em alguns casos, até dispensar um laudo futuro”, explicou Espíndola. A estrutura planejada contará com espaços adequados para essas práticas e profissionais especializados para garantir um atendimento de qualidade no contraturno escolar.
A decisão de suspender as negociações pela compra das casas militares reforça a dificuldade de conciliar demandas históricas com a realidade financeira do município. Embora a recuperação dessas áreas pudesse trazer benefícios urbanísticos e patrimoniais, o orçamento atual obriga a gestão a priorizar projetos que atendam demandas emergenciais da população.
A expectativa é que, no futuro, a negociação possa ser retomada caso o valor exigido pelo Exército se torne mais acessível ou se novos recursos forem disponibilizados.