‘Timing’ de operações policiais levanta polêmica em Forquilhinha e Criciúma

Os recentes escândalos em Forquilhinha e Criciúma, com grandes operações policiais, levantaram entre políticos e parte da sociedade dúvidas sobre até que ponto as ações da Polícia Civil e do Ministério Público estão sendo politizadas ou manipuladas para influenciar as eleições.

Prefeitos investigados, como José Cláudio Gonçalves (Neguinho), de Forquilhinha, e Clésio Salvaro, de Criciúma, questionaram publicamente o “timing” das operações, abrindo caminho para suspeitas sobre as motivações políticas por trás delas​.

No caso mais recente, Neguinho apontou direto para os adversários políticos e o envolvimento do delegado-geral Ulisses Gabriel, sugerindo que a Operação Cyperus, que investiga fraudes em licitação na prefeitura, foi orquestrada para desestabilizar sua campanha. Para ele, o fato de a operação ter sido deflagrada tão próxima das eleições e de já haver um arquivamento pelo Ministério Público gera desconfiança sobre a real intenção da investigação​.

Em Criciúma, o prefeito Clésio Salvaro fez alegações semelhantes, afirmando que a prisão dele, durante a Operação Caronte, foi uma tentativa de removê-lo do cenário eleitoral, favorecendo o candidato Ricardo Guidi (PL), apoiado pelo governador Jorginho Mello. Salvaro sugeriu que a prisão foi motivada pelo impacto eleitoral que ele tem na cidade e apoio a Vaguinho Espíndola (PSD), que ameaçam a base do PL em Criciúma.

As interpretações, obviamente, são parte do discurso de defesa dos envolvidos e não representam uma visão unânime. A Associação dos Delegados de Polícia (ADEPOL-SC) rebateu essas acusações, enfatizando que as investigações seguem estritamente os princípios de legalidade e impessoalidade​.

Fato é que a proximidade entre essas operações e o período eleitoral inevitavelmente levanta questionamentos sobre até que ponto o uso da força policial em investigações dessa magnitude pode influenciar o resultado das eleições, especialmente em um cenário político tão polarizado.

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