Tomar café ficou mais caro e a culpa é dos chineses
Café a preço de ouro: os chineses amaram, o clima castigou e nós pagamos a conta
Aquela marca de café intermediária que os cafezeiros costumavam pagar entre R$ 26 e R$ 27 agora já passa dos R$ 30. É, não está fácil manter o vício na bebida mais popular do Brasil. Os fatores que impulsionam o preço do café são diversos, mas um deles chama a atenção: os chineses descobriram a nossa bebidinha mágica.
O resultado? Um peso – e que peso! – no bolso. Na última década, o consumo de café na China cresceu 150%, atingindo 6,3 milhões de sacas de 60 kg, conforme dados de dezembro de 2024. Os números são da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) que também mostram que o preço médio do café torrado e moído tradicional no varejo disparou em 89,3% entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. No início do ano passado, o quilo custava R$ 29,62, saltou para R$ 42,65/kg em dezembro e agora, em janeiro deste ano, já bateu R$ 56,07/kg.
A má notícia é que há previsões de novos aumentos. Ou seja, os chineses experimentaram, gostaram, e nós continuamos pagando (caro) por isso. Mas não para por aí. Além da alta demanda na China, outros fatores contribuem para essa escalada nos preços, como condições climáticas adversas – sim, esse tempo maluco não serve só para o catarinense reclamar.
Secas prolongadas e geadas atingiram justamente as principais regiões produtoras do Brasil, reduzindo a oferta de café. Além disso, o aumento nos preços de fertilizantes, defensivos agrícolas, energia elétrica e combustíveis elevou os custos de produção. E não podemos esquecer da desvalorização do real frente ao dólar, que incentiva as exportações, diminui a oferta interna e joga os preços ainda mais para cima.
Com esses fatores combinados, a tendência é que os preços continuem subindo, obrigando os consumidores a buscarem alternativas e ficarem atentos às variações do mercado. Se continuar assim, logo nós, pobres mortais brasileiros, teremos que financiar um pacote de café em 12 vezes sem juros ou considerar alternativas inusitadas, como café solúvel gourmet ou infusão de feijão torrado (não deixa, Senhor!). Enquanto isso, só nos resta torcer para que os grãos não virem moeda de troca no mercado financeiro!