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A história de Arari, médico e escritor de Tubarão

Cotidiano
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Foto: Reprodução/Rádio Cidade Tubarão

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A história de Arari, médico e escritor de Tubarão

Nascido em Tubarão, Arari Bittencourt superou infância difícil, atravessou o Rio Tubarão em bateiras e construiu legado na medicina e cultura local

No episódio do podcast Preservar Cidade, o jornalista Joares Mai conduziu uma conversa íntima e inspiradora com o médico e escritor Arari Bittencourt, que revela sua trajetória desde uma infância simples e desafiadora no bairro Oficinas, em Tubarão. Conhecido como o “menino de Oficinas”, Arari relembra os anos 1940 e 1950, quando cresceu enfrentando perdas precoces e as dificuldades de uma época marcada pela escassez e falta de infraestrutura.

Nascido em 1935, ele perdeu o pai, um operário da ferrovia Teresa Cristina, aos 10 anos, vítima de tuberculose, uma doença que naquela época era uma sentença para muitos. A família, com poucos recursos e sem acesso a benefícios sociais, teve que superar a dura realidade do Brasil daquele tempo. Mesmo assim, Arari cresceu em um ambiente de valores sólidos e laços familiares fortes.

Sua rotina escolar exigia uma travessia desafiadora do Rio Tubarão, onde, sem pontes suficientes, estudantes dependiam de bateiras — pequenas embarcações de madeira — para chegar ao colégio Sagrado Coração de Jesus, na margem oposta. “Era difícil, tinha que pagar pedágio, ou às vezes vinha caminhando por estradas de barro. Atravessar o rio era uma aventura diária,” conta ele, recordando o rio mais profundo e perigoso, onde até crianças se arriscavam nadando.

O cenário urbano da época era muito diferente: o bairro Oficinas era simples, com poucas ruas e casas operárias próximas aos trilhos da ferrovia, cercado de campos abertos. O centro da cidade ainda estava em formação, com poucas pontes e infraestrutura precária.

Arari lembra ainda a educação rígida do colégio de padres, marcada por disciplina severa e castigos que exigiam cópias exaustivas de textos. Apesar disso, ele destaca a importância desses ensinamentos e a forma como a educação o ajudou a moldar seu olhar humanizado para a medicina.

Hoje aposentado, o médico compartilha essas memórias como um tributo à sua história e ao Tubarão de antigamente, mostrando como as dificuldades e o cotidiano simples o formaram como profissional e cidadão. Suas lembranças também ganham vida em seus escritos, que registram a história local com afeto e respeito.

Este episódio do Preservar Cidade foi mais que uma entrevista: foi uma verdadeira aula de história, superação e humanidade, que convida o público a viajar no tempo e valorizar as raízes e a cultura da cidade.

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