Cotidiano
Boas noites de sono evitam doenças em adultos e criança
Sono de qualidade regula hormônios, fortalece a imunidade e previne doenças como obesidade, hipertensão e depressão
Dormir bem não é apenas uma questão de descanso, mas de saúde. Durante o sono, o corpo humano realiza funções essenciais como a consolidação da memória, a regulação hormonal e o fortalecimento do sistema imunológico. A falta de uma rotina de sono adequada pode causar prejuízos à saúde física e mental, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, baixa imunidade, distúrbios mentais e neurológicos.
O médico otorrinolaringologista Tiago Conrado, membro da Associação Brusquense de Medicina (ABM), alerta que a má qualidade do sono pode desencadear ou agravar problemas como hipertensão, AVC, depressão, ansiedade e até demências como o Alzheimer. “Como também afeta o sistema imunológico, há uma maior susceptibilidade a infecções e recuperação mais lenta de doenças”, completa.
Segundo o especialista, não há um “horário ideal” universal para dormir, mas sim a necessidade de manter uma rotina regular. Em média, adultos precisam de 7 a 8 horas de sono por noite, enquanto adolescentes requerem mais tempo e idosos, em geral, menos. “O sono varia entre as pessoas. O mais importante é manter horários regulares para dormir e acordar”, afirma Tiago.
O que pode atrapalhar o sono
Bebidas como café, chá preto, chá verde, refrigerantes com cafeína, energéticos e até o álcool influenciam negativamente na qualidade do sono. O café, por exemplo, bloqueia a adenosina, que é o neurotransmissor responsável pela indução do sono, aumentando o estado de alerta e dificultando o adormecimento.
“Apesar do álcool inicialmente induzir o sono, ele prejudica sua qualidade e causa mais despertares noturnos”, acrescenta o médico.
No caso das crianças, o uso excessivo de dispositivos eletrônicos tem impacto direto na produção de melatonina, hormônio regulador do sono. A luz azul emitida por celulares, tablets e TVs inibe esse hormônio, dificultando o início do sono e prejudicando sua qualidade.
“Além das telas, outros fatores como rotina irregular, atividades intensas à noite, alimentação inadequada, estresse e pouca exposição ao sol também afetam o sono infantil”, destaca o otorrino.
Distúrbios do sono têm tratamento
Distúrbios como insônia, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, narcolepsia e sonambulismo têm tratamento, que pode envolver médicos especialistas em sono, como otorrinolaringologistas, pneumologistas, neurologistas ou psiquiatras.
“É importante identificar a causa e buscar acompanhamento adequado. Os tratamentos podem envolver desde mudanças na rotina até uso de aparelhos ou medicações específicas”, pontua o especialista.
Entre as dicas para dormir melhor, Tiago Conrado aponta a manutenção de uma rotina regular de sono, inclusive aos fins de semana, evitar o uso de telas e luz azul uma a duas horas antes de dormir, criação de um ambiente propício: quarto escuro, silencioso e fresco; e a redução no consumo de cafeína e álcool no período noturno. O médico ainda recomenda a prática de atividades físicas regularmente, refeições leves à noite, relaxar antes de dormir, evitar cochilos longos durante o dia e expor-se à luz natural durante o dia para regular o ciclo circadiano.