Cotidiano
Causa animal ganha visibilidade em Navegantes
O município é o primeiro do estado a contar com Secretaria de Proteção e Cuidado Animal; agora ganha banco de ração e utensílios pet
Entrou em vigor em Navegantes a Lei 3.879, de dezembro do ano passado. Aprovado no legislativo em dezembro, o projeto de lei de autoria da então vereadora e atual secretária de Proteção e Cuidado Animal Sorilei (Sol) Dapper cria um banco de ração e itens utilitários para pets. A nova legislação possibilita que o município receba doações de instituições, pessoas físicas e jurídicas, assim como produtos decorrentes de apreensões por órgãos do executivo, e faça a gestão desse material, incluindo o recebimento, armazenagem e distribuição.
O objetivo é garantir o alimento, casinhas, camas, cobertas e outros utensílios para organizações não governamentais que atuam em prol da causa animal, para protetores independentes devidamente cadastrados e com serviço voluntário reconhecido pelo Departamento de Assistência e Bem Estar Animal (Daba), bern como para famílias em situação de vulnerabilidade social que possuam animais de estimação.
“A centralização do recebimento desses produtos possibilitará que possamos direcionar para quem mais precisa no momento da doação”, diz a secretária. Ela pontua que essa legislação é crucial para que haja a distribuição racional dos produtos arrecadados. As pessoas interessadas em fazer doações podem acionar a Secretaria de Proteção e Cuidado Animal pelo email contato.spca@navegantes.sc.gov.br ou pelo telefone (47) 3342 9500, ramal 5.
Pioneirismo
Com a criação da Secretaria de Proteção e Cuidado Animal (SPCA), em janeiro deste ano, o município de Navegantes é o primeiro de Santa Catarina a ter uma pasta dedicada exclusivamente à causa animal. “A iniciativa marca um avanço significativo na gestão pública voltada à saúde e ao bem-estar de animais. Navegantes tem se colocado como uma referência neste tema e só vamos melhorar”, diz o prefeito Liba Fronza.
Nos últimos quatro anos foram feitas cerca de 14,800 castrações pelo Daba, com a média anual de 3,7 procedimentos ao ano e 10 procedimentos por dia. O número é cerca de dez vezes maior em comparação ao que vinha sendo feito entre 2014 e 2020, quando as castrações chegavam a pouco mais de 2 mil por ano. E agora não há mais filas de espera para castração: os procedimentos são feitos via agendamento.
Além das castrações, o Daba realiza pelo menos duas cirurgias e cesarianas por dia, 17 consultas veterinárias com exames, e ao menos quatro internações. Os números são relativos à média dos últimos três anos.
A nova realidade
A secretária Sol Dapper lembra que, desde sua criação, em 2014, o Daba desempenhava um papel importante, mas enfrentava limitações estruturais e orçamentárias, e frequentemente precisava do apoio voluntário. “Nos primeiros anos, os resgates e atendimentos eram limitados e dependiam de campanhas e parcerias com clínicas privadas”, conta.
Para mudar esse cenário, o atendimento emergencial passou a ser 24 horas, e mutirões de castração e campanhas de vacinação foram implementados pelo departamento. Um dos marcos da nova estratégia veio quando o Daba zerou a fila de espera por castrações em menos de 20 dias, com a realização de quase 1,9 mil cirurgias.
Os esforços contribuíram para a significativa redução de doenças como cinomose e parvovirose. Além disso, a unidade passou a oferecer acolhimento completo para animais resgatados, com alimentação, cuidados veterinários e microchipagem gratuita, favorecendo a adoção responsável.