Cotidiano
Concessão do Aeroporto de Jaguaruna atrasa
Consórcio vencedor pediu adiamento para assumir aeroporto em definitivo
Por
Matheus Machado
Dois meses após a abertura das propostas para a concessão patrocinada do Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna, o contrato com o consórcio vencedor ainda não tem data para ser assinado. Vale destacar que trata-se da primeira parceria público-privada (PPP) do governo de Santa Catarina
É possível que esse prazo leve pelo menos mais 60 até a efetivação. O Secretário de portos, aeroportos e ferrovias de SC, Beto Martins, concedeu uma entrevista à Rádio Cidade e deu mais detalhes sobre a situação do aeroporto em Jaguaruna.
Em uma reunião junto ao secretário estadual, o Consórcio Aeroportuário Regional Sul, formado pelas empresas RDL e Planaterra, pediu um adiamento de 60 dias para assumir definitivamente o local, algo deveria acontecer no mês de fevereiro.
“Consideramos justo, porque devido ao fim de ano muitas coisas ficam paradas e não andam com a agilidade que se espera. Eles são obrigados a nos apresentar uma carta-fiança para nos assegurar os investimentos que foram assumidos. Vão ter que apresentar muito documento, vão pagar uma série de taxas envolvidas, pagar o projeto. Eles tem muitas coisas a serem feitas antes de assumir em definitivo e nós só assinaremos o contrato depois que todas as garantias forem dadas”, ressaltou Beto Martins.
O secretário ainda estabeleceu que o limite máximo para concluir a transição encerrará no mês de abril. “A expectativa é de que eles possam dar uma ‘nova cara’ ao aeroporto de Jaguaruna”, disse o secretário.
A concessão
A concessão patrocinada do Aeroporto Humberto Ghizzo Bortoluzzi pelos próximos 30 anos foi definida durante um leilão realizado em novembro de 2024, na sede da B3, em São Paulo.
“Eu estava lá como senador quando batemos o martelo para 30 anos. O consórcio vencedor foi muito agressivo, mostrou um desconto de 84%. O Estado de Santa Catarina vai economizar muitos recursos. Nós estávamos pagando uma empresa para fazer a gestão do aeroporto, um preço que não é barato, quando isso não é o viés do governo. O aeroporto precisa ser gerido por pessoas do meio, que possam alavancar o aeroporto e garantir as obras necessárias”, comentou Beto sobre o processo vencido pelo Consórcio Aeroportuário Regional Sul, formado pelas empresas RDL e Planaterra.
O investimento estimado no projeto ao longo de 30 anos poderá chegar a mais de R$ 70 milhões. Esses valores compreendem aporte inicial, contraprestação anual e o eventual alargamento da pista. Martins classifica as obras necessárias como melhorias no terminal de passageiros e estabelecimento de novos negócios. “São 300 mil m². Da para fazer muita coisa. Da para construir um hotel, áreas esportivas. Quem quiser fazer a área se viabilizar economicamente, vai ter que pensar nesse sentido. Só viver das taxas dos aviões não vai ser suficiente”, disse o secretário estadual.