Esgoto no Sul da Ilha: Casan busca novas ETEs

O impasse para levar coleta e tratamento de esgoto ao Sul da Ilha de Florianópolis se arrasta há quase duas décadas, com embargos ambientais e disputas judiciais que travam a conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Tavares. Apesar de 90% da estrutura da ETE estar pronta, a Casan ainda não obteve a Licença Ambiental Prévia (LAP) para o lançamento do efluente tratado, inviabilizando a operacionalização do sistema.

Desde 2005, a obra soma mais de R$ 200 milhões investidos, mas entre 2009 e 2024, o ICMBio já emitiu cinco embargos à Licença de Instalação. Em 2025, mesmo com nova liberação judicial da LAI, a estação segue sem autorização para iniciar os testes ou permitir ligações à rede.

A Casan identificou o Saco dos Limões como ponto mais viável para o lançamento do efluente tratado, com pureza superior a 90%, e aguarda a concessão da LAP pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). Estudos complementares sobre fauna, flora e impacto socioambiental estão em andamento, e a expectativa é que a licença seja emitida até o fim deste ano.

Diante do impasse, o governador Jorginho Mello e o prefeito Topázio Neto anunciaram uma alternativa descentralizada, com a construção de ETEs menores nos bairros Campeche, Tapera/Ribeirão da Ilha, Carianos/Ressacada e Pântano do Sul. A primeira etapa será iniciada pelo Pântano do Sul, com pedido de licença já protocolado na Floram e orçamento previsto de R$ 60 milhões. O prazo para conclusão é de 24 meses após aprovação ambiental.

A nova estratégia visa garantir cobertura de saneamento ao Sul da Ilha, região que ainda sofre com esgoto a céu aberto e lançamento direto em cursos d’água, afetando a saúde pública e o meio ambiente.