Cotidiano
Estudo da UFSC aponta capivara como risco à aviação
Roedor ocupa a 4ª posição entre animais mais perigosos para aeronaves, segundo levantamento nacional
A capivara é o quarto animal que mais representa risco para a aviação brasileira e o único roedor no ranking das 20 espécies mais perigosas, aponta estudo divulgado pelo Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) da UFSC, em parceria com a Secretaria Nacional de Aviação Civil.
Desde 2019, quando começaram a ser registrados oficialmente os incidentes com a espécie, já foram contabilizadas 33 colisões entre aeronaves e capivaras em aeroportos do país. Dessas, 5 resultaram em danos, sendo que a fase de pouso concentrou a maior parte dos casos (19 registros). Em quatro ocasiões, pilotos tiveram que arremeter devido à presença dos animais.
Santa Catarina está entre os estados com ocorrências: no ano passado, uma capivara chegou a invadir o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, e foi retirada por funcionários após ser flagrada por câmeras de segurança.
O levantamento destaca que o peso médio das capivaras — que pode variar entre 27 kg e 91 kg — aumenta o potencial de risco em colisões, quando comparado a aves que também aparecem no ranking, como o urubu-de-cabeça-preta (1,18 a 3 kg), líder da lista, e a seriema (1,40 a 2,20 kg), segunda colocada.
Entre as medidas sugeridas para reduzir acidentes estão o monitoramento de valas de drenagem, cercamento de áreas de mata próximas às pistas e análises de impacto sobre a segurança operacional.
O ranking elaborado pela UFSC inclui 68 espécies, com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e análises de DNA. A ferramenta busca auxiliar equipes de fauna e profissionais da aviação na prevenção de wildlife strikes, que podem gerar atrasos, prejuízos milionários e, em casos graves, risco à vida humana.
Os quatro animais mais perigosos para a aviação no Brasil são o urubu-de-cabeça-preta, seriema, fragata e a capivara.