Cotidiano
Fontanella expressa preocupação com a economia da Amrec
O prefeito Fontanella alerta sobre a situação econômica da Amrec e os problemas enfrentados pelos setores do carvão e plástico
O primeiro semestre de 2025 da gestão do prefeito de Lauro Müller, Valdir Fontanella, à frente da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), tem sido marcado por intensas discussões sobre o futuro econômico da região. Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, Fontanella expressou suas preocupações sobre questões cruciais que impactam o sul catarinense.
Desde o início do ano, o prefeito tem participado de reuniões em nível nacional para debater temas econômicos que afligem a região. Um dos pontos centrais é a situação da indústria do carvão mineral, que enfrenta incertezas sobre o subsídio federal à venda de sua produção às termoelétricas.
Outro setor de grande relevância para a economia local que preocupa a Amrec é o da indústria plástica. Apesar de sua forte presença na região, o setor tem sentido os efeitos do movimento internacional de redução do uso de plásticos. Fontanella relatou ter se reunido duas vezes com representantes do governo federal neste ano para discutir essa preocupação, especialmente considerando a queda de 17% que a economia do sul de Santa Catarina registrou nos últimos anos.
Desafios com carvão e plástico na Amrec
“Nós temos muita dificuldade aqui no sul. Hoje, enfrentamos o problema do carvão. Há um Projeto de Lei tramitando que pode não mais autorizar as usinas a firmarem contratos com as mineradoras. Isso seria catastrófico para nós. Temos também a questão do resíduo plástico, que é complicadíssima, pois há o entendimento de que o lixo plástico afeta o ser humano e o meio ambiente. Estivemos em Brasília na semana passada e vimos que não é bem assim. Mas os ambientalistas estão muito preocupados com o meio ambiente. E a economia, como fica? A região plástica aqui é a segunda maior economia da nossa região. Não podemos deixar isso de lado. Temos o carvão com problema, o plástico com problema, e a pergunta é: o que vamos fazer? A situação é muito séria”, desabafou o prefeito Fontanella.
Infraestrutura e mobilidade na Região
Além dos desafios nos setores do carvão e plástico, o presidente da Amrec tem acompanhado de perto as discussões sobre o Morro dos Cavalos, um ponto crítico na BR-101. Fontanella destacou a importância de uma solução de mobilidade para aquele trecho, mencionando a nova proposta do contorno viário.
“Já fizemos uma reunião com o Cetransc (Conselho Estadual de Trânsito de Santa Catarina) e os deputados federais Daniel Freitas e Vampiro, que levaram uma proposta nossa para a audiência com o ministro Renan Filho sobre o contorno viário. É necessário, é preciso, temos que enfrentar tudo, mas precisamos considerar a quantidade de brasileiros que dependem da passagem pelo Morro dos Cavalos. Temos que tratar isso com determinação e cautela, porque todos têm direitos, mas precisamos entender que há um número maior de pessoas envolvidas e que as nossas indústrias dependem disso”, afirmou o prefeito.
Fontanella comenta desafios para o Balneário Rincão
No âmbito das obras de infraestrutura e mobilidade da região, a extensão da Via Rápida até o Balneário Rincão tem gerado debates nos últimos anos. Apesar da manifestação do governo estadual de que não é uma prioridade e que não há recursos disponíveis no momento, o presidente da Amrec enfatizou a importância de manter o tema em pauta.
“Se não levantarmos essa causa, nunca vai acontecer. É uma causa difícil, mas temos que iniciar esse processo para que os governantes futuros possam buscar verba para concretizar essa obra. O Balneário Rincão é o principal balneário da região sul, e não podemos mais ficar três ou quatro horas presos no trânsito por poucos quilômetros. Temos que lutar por isso. A revitalização da SC-108 até Orleans também não está prevista, mas temos que lutar, pois isso é essencial para exportar a economia da nossa região – de Lauro Müller, Treviso, Siderópolis e outras cidades – para Criciúma e além, com uma estrada mais decente e duplicada”, concluiu Fontanella.