Cotidiano
Golpe do PGC volta à região
Golpistas ligam para suas potenciais vítimas, dizem ser do crime organizado e fazem ameaças para extorquir dinheiro
Um velho golpe, bastante usado por criminosos para extorquir suas vítimas mediante ameaças, volta a incomodar os moradores da região da Foz do Rio Itajaí-Açu. O assunto vem sendo bastante comentado nos grupos de whatsapp e o que não faltam são pessoas que afirmam terem recebido tais ligações ou cantando de parentes seus que foram vítimas.
Em um grupo de amigos, um empresário de Balneário Camboriú chegou a assumir que caiu no golpe, pois ele havia tido problemas com um ex-funcionários há cerca de 15 dias e acabou pagando por medo de represálias. Já uma profissional liberal conta que sua mãe, de 75 anos, pagou por medo de violência contra sua família. A relação de pessoas que receberam as ligações, mas desligaram assim que os criminosos se apresentaram – geralmente por um nome e uma alcunha -, também é extensa.
A dinâmica é a mesma de outros tempos: os golpistas ligam para a vítima ser integrante da facção criminosa PGC e exigem dinheiro, por Pix, para não a tornar alvo de ataques. Esses golpistas têm os nomes completos e endereços das pretensas vítimas, o que coloca em xeque a eficácia da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
A Polícia Civil alerta que esse é um golpe já conhecido como “golpe da facção”, que volta e meia ressurge. “Não se trata de um golpe novo não. Com alguma frequência ele volta a ser usado. A recomendação é a mesma de sempre: bloquear conversas de estranhos e registrar o fato em boletim de ocorrência por meio da delegacia virtual”, explica o delegado Rodrigo Carriço Lemes, de Balneário Camboriú.
O delegado geral de Navegantes, Osney de Oliveira, diz já ter tido acesso a registros recentes desse golpe alerta a população para não acreditar nessas ligações. “É um golpe que tempos atrás ocorria com frequência, e que agora retornou. As pessoas devem ficar tranquilas porque não há ninguém na frente da casa para atacar as vítimas caso não seja feito o pagamento do dinheiro exigido.”
Carriço acrescenta que, “infelizmente a LGPD não alcança os criminosos que têm acesso a bancos de dados diversos, facilitando assim o êxito nos golpes”.