Justiça inocenta empresário do mercado financeiro

Após seis anos de intensa batalha judicial, o empresário Eduardo (Duda) Paul Cunha, ex-presidente da Multimoney Corretora de Câmbio, teve sua inocência reconhecida pela Justiça Federal. O processo, que o investigava por suposta gestão fraudulenta e outros crimes financeiros, foi arquivado por falta de provas na 1ª Vara Federal de Florianópolis, restabelecendo sua reputação e a da instituição que presidia.

Preso em 2018 por determinação da juíza Janaina Cassol Machado — a mesma que ordenou a prisão do ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier Olivo, posteriormente considerado inocente e que se suicidou diante da humilhação — Duda ficou encarcerado por 90 dias, apesar de o Ministério Público Federal (MPF) já se posicionar, à época, contra sua detenção.

Durante o trâmite processual, ficou evidente o desconhecimento das autoridades investigativas sobre os procedimentos do mercado cambial. A investigação teve como base interpretações errôneas de e-mails corporativos e documentos que sequer puderam ser apresentados em sua íntegra, por terem sido extraviados. A ausência das versões originais fragilizou ainda mais as acusações.

O MPF, após examinar os depoimentos e relatar a inexistência de qualquer autuação administrativa por parte do Banco Central à Multimoney ou seus gestores, requereu o arquivamento da ação penal. Em sua manifestação, destacou a impossibilidade de formular qualquer juízo acusatório e apontou a nulidade das provas por violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

O juiz federal Nelson Gustavo Mesquita Ribeiro Alves acolheu o pedido do MPF, reconhecendo a contaminação das provas utilizadas desde 2013, e determinou o encerramento definitivo do processo no dia 21 de fevereiro de 2025.

“Assim, parece-me nada mais haver a ser aqui apurado ou debatido,” escreveu o magistrado, ao decretar o arquivamento do processo.

A decisão encerra um dos capítulos mais turbulentos da vida de Duda Cunha, que desde o início negou qualquer irregularidade e sempre confiou no sistema de Justiça. O empresário, que reside em Itajaí, planeja compartilhar sua experiência em um podcast, abordando os bastidores da acusação e os impactos pessoais e profissionais enfrentados durante os anos de investigação.