Cotidiano
Morte de sargento no Rio Tubarão segue sob apuração
Família denuncia negligência do Corpo de Bombeiros e cobra respostas um ano após a tragédia em Tubarão
Por
Redação

Há um ano exatamente, a cidade de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, foi palco de uma tragédia que ainda ecoa entre familiares, colegas de farda e a comunidade local. No dia 1º de junho de 2024, Anderson Martins Cardoso, 2° sargento do Corpo de Bombeiros Militar de SC, morreu ao tentar resgatar uma pessoa no Rio Tubarão. Um ano depois, a morte segue sendo investigada e levanta questionamentos sobre a conduta da corporação naquele dia.
Em reportagem produzida pela jornalista Natália Silveira, da PostTV, o caso foi retomado com novos depoimentos e documentos que apontam possíveis falhas nos protocolos de salvamento e indícios de negligência institucional. A produção apresenta o relato da advogada da família de Anderson, Aline Marques, que afirma os bombeiros militar teriam sido enviado ao rio sem equipamentos adequados, sem suporte necessário e sem respaldo para avaliar os riscos da missão. “A viúva do sargento Anderson busca que a corporação reconheça os erros que ocorreram para corrigir e evitar que aconteça novamente. Nossa luta é para que os responsáveis pelo morte sejam responsabilizados, pois a negligência da atuação é uma falha inadmissível”, afirma a advogada no vídeo.
A reportagem também ouviu integrantes das forças de segurança e fontes envolvidas na apuração do caso. O inquérito ainda não foi concluído pela Polícia Civil, mas há expectativa de responsabilização funcional por parte do Ministério Público Militar.
Entenda o caso
Sargento Anderson morreu ao tentar salvar um homem que se afogava em Tubarão, no Sul de Santa Catarina. Ele trabalhava na Secretaria de Proteção e Defesa Civil, e era um dos principais líderes no enfrentamento a eventos climáticos da cidade, segundo o município.
Cardoso estava de folga, e passava pelo local com um carro de aplicativo, quando desceu do veículo para tentar resgatar um homem que teria pulado de uma ponte, segundo os bombeiros de Tubarão. Nenhum dos dois homens conseguiu retornar à superfície.
Uma equipe dos bombeiros foi chamada e o corpo do militar foi localizado durante a tarde.
O vídeo da PostTV mostra, com imagens de arquivo e entrevistas exclusivas, que a operação de salvamento teria ocorrido sem plano de contingência e com falhas de comunicação. Familiares cobram transparência e responsabilização.
Investigação segue em curso
Segundo apuração da reportagem, o Ministério Público Militar e a Corregedoria dos Bombeiros de SC acompanham o caso. A advogada da família já entregou um dossiê com documentos, laudos e depoimentos de testemunhas. A expectativa é que novas diligências sejam realizadas ao longo do segundo semestre de 2025.
Em nota, o Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina reafirmou que o processo administrativo disciplinar segue tramitando em sigilo, e que a corporação se solidariza com a família do sargento.
Desdobramentos esperados
O caso de Anderson reacende o debate sobre segurança operacional e suporte às equipes de resgate em SC. Entidades da sociedade civil e associações de bombeiros têm pressionado por melhorias nas condições de trabalho e revisão dos protocolos de salvamento.