Cotidiano
O futuro da Comcap em Florianópolis
Nos últimos anos a participação da Comcap no serviço de coleta de resíduos foi progressivamente reduzida
Nos últimos anos, a participação da Comcap no serviço de coleta de resíduos foi progressivamente reduzida. Inicialmente, a empresa pública era responsável por 60% da coleta, enquanto o setor privado ficava com 40%. Com as mudanças, a Comcap assumiu 55% da coleta, enquanto a parte terceirizada passou para 45%. Porém, a tendência para o futuro é que essa participação pública seja ainda mais reduzida, com a privatização de serviços e a comercialização de outras funções da companhia.
O argumento de gestores públicos é de que a Comcap tem custos altos demais, além de ser vulnerável a greves e a aumentos salariais que acabam impactando o orçamento municipal. A Prefeitura de Florianópolis enfrenta o desafio de encontrar alternativas que mantenham a qualidade da coleta de lixo e dos serviços urbanos sem sobrecarregar o caixa público, especialmente em um contexto de pressão fiscal.
A Comcap e o desafio das aposentadorias
Outro fator que acelera a redução da Comcap é o processo de aposentadoria dos servidores. Sem a realização de novos concursos públicos, a companhia enfrenta a desidratação natural de seu quadro de funcionários, à medida que seus servidores vão se aposentando sem reposição. Esse cenário coloca ainda mais pressão sobre a continuidade dos serviços prestados pela Comcap.
A questão da qualidade do serviço
A principal preocupação que surge com a redução da Comcap e a maior terceirização dos serviços é a manutenção da qualidade das operações. A privatização da coleta de resíduos e dos serviços urbanos tem um risco inerente de comprometer a eficiência e o comprometimento que a Comcap tem demonstrado ao longo dos anos, especialmente em áreas mais sensíveis como a coleta seletiva e a limpeza das ruas.
O caminho para a privatização ou soluções híbridas
O futuro da Comcap está em um cenário de reestruturação. Em vez de ser completamente extinta, a companhia pode passar por um processo de redefinição de funções, com foco em áreas mais específicas, como coleta seletiva e limpeza pública. Isso pode ocorrer em um modelo híbrido, onde a privatização de certos serviços será combinada com a preservação de atividades essenciais que exigem a atuação de uma empresa pública, mantendo um equilíbrio entre qualidade e custo.
O desafio está em como equilibrar as necessidades financeiras do município com os benefícios da preservação ambiental e da sustentabilidade urbana.