Cotidiano
Padre analisa conclave que definirá novo Papa
Padre Antônio Júnior analisa o conclave e a possibilidade de um Papa mais centrista, entre Bento XVI e Francisco

A Igreja Católica se prepara para um momento crucial: a eleição de um novo Papa. Após 12 anos de um papado marcado pela inclusão e diálogo, liderado por Francisco, o Colégio Cardinalício se reúne em um conclave que promete ser imprevisível.
Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o padre Antônio Júnior, vigário-geral da Diocese de Criciúma e reitor do Seminário Teológico Bom Pastor de Florianópolis, compartilhou suas reflexões sobre o legado de Francisco e as expectativas para o futuro da Igreja. “O papado de Francisco nos marca bastante, com suas tônicas na inclusão, ecologia, economia solidária e atenção aos mais pobres”, destacou o padre Antônio Júnior. Ele ressaltou a universalização do Colégio Cardinalício promovida por Francisco, com cardeais de todos os continentes, tornando o próximo conclave um evento de resultado incerto.
Questionado sobre a possibilidade de um sucessor seguir a linha de Francisco, o padre Antônio Júnior acredita que alguns temas, como a atenção aos mais necessitados e o diálogo inter-religioso, são irreversíveis. No entanto, ele prevê um papado mais moderado, buscando um equilíbrio entre a visão conservadora de Bento XVI e a abordagem social e progressista de Francisco. “Acredito que teremos um novo Papa nem muito Bento XVI, nem muito Papa Francisco. Talvez algo mais centrado”, afirmou o padre.
Quanto à origem geográfica do próximo Papa, o padre Antônio Júnior descarta a possibilidade de um novo sul-americano, apostando em um europeu ou asiático. Ele também vislumbra a eleição de um Papa mais jovem, para consolidar as mudanças implementadas por Francisco. “Acredito que a possibilidade de termos um Papa mais jovem é grande, para solidificar as mudanças e tradições que precisam de tempo para se estabelecer”, explicou.
O padre Antônio Júnior enfatizou a diversidade de pensamentos dentro da Igreja Católica, considerando-a uma riqueza e não uma divisão. Ele ressaltou a importância do diálogo entre diferentes visões, tanto as mais progressistas quanto as mais tradicionais.”Temos linhas diversas, mas isso nos enche de alegria, pois há lugar para todos. É uma riqueza termos os mais diversos pensamentos dentro da nossa igreja”, concluiu o padre.