Cotidiano
Padre Thiago analisa o legado de Francisco e o conclave
Padre Thiago De Moliner Eufrásio fala sobre o legado de Francisco e as perspectivas para o próximo conclave papal

Em um momento de luto e reflexão para a Igreja Católica, a Rádio Cidade em Dia recebeu o Padre Thiago De Moliner Eufrásio, assessor da Comissão Episcopal Pastoral da CNBB para a Doutrina da Fé e doutor em teologia sistemática, para discutir o legado do Papa Francisco e as perspectivas para o próximo conclave.
“Francisco colocou a Igreja em movimento, promovendo uma dinâmica maior”, afirmou o padre, destacando a ênfase do pontífice em colocar a Igreja “em saída, ao encontro, em diálogo e em abertura”. Segundo ele, o papado de Francisco representou uma aplicação mais profunda das conclusões do Concílio Vaticano II, promovendo avanços necessários e urgentes.
Questionado sobre a percepção de que Francisco teria sido “progressista demais”, o padre afirmou que esses termos podem não ser os mais adequados para descrever o magistério papal. “Podemos dizer que encontramos em Francisco diversos avanços e passos que eram necessários e urgentes”, explicou. Ele também ressaltou a sensibilidade e o humanismo do Papa, evidentes em sua proximidade com os humildes e no diálogo inter-religioso.
Sobre o próximo conclave, que deve começar por volta de 6 de maio, o padre destacou a renovação e a expansão geográfica do Colégio Cardinalício, fatores que tornam o processo imprevisível. “Essa universalidade vai influenciar o diálogo que será necessário durante as congregações gerais pré-conclave”, disse.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de um Papa não europeu, o padre Thiago ponderou: “Temos vários cardeais europeus e italianos que se destacam, mas também precisamos considerar a universalidade do Colégio Cardinalício”. Ele enfatizou que o perfil e a visão do futuro Papa serão mais relevantes do que sua origem geográfica.
Sobre a possibilidade de um Papa mais jovem, que garanta um pontificado mais longo, ou de um Papa que dê continuidade à filosofia de Francisco, o padre preferiu não arriscar previsões. “O que eu gostaria de pensar neste momento é que o eleito leve em consideração os desafios da Igreja, tanto internos quanto externos, e que consiga manter o diálogo com as diferentes realidades”, concluiu.