Brasil
Reunião entre autoridades discute ACP do carvão
Esse foi um primeiro passo para alinhar possíveis mudanças na análise e na condução da recuperação dessas áreas
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Por
Érik Borges
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Uma reunião realizada nessa terça-feira, dia 18, na Satc, em Criciúma, trouxe avanços importantes para a Ação Civil Pública (ACP) do Carvão, que tem como objetivo recuperar áreas degradadas pela exploração de carvão na região carbonífera. O encontro reuniu representantes de mineradoras, órgãos ambientais e organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao meio ambiente, que apresentaram novas ideias e possibilidades para a condução dos trabalhos de recuperação.
O coordenador regional do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Ibanez Zanette, destacou a importância do diálogo e da busca por um entendimento comum. “Essa reunião foi um primeiro passo para alinharmos possíveis mudanças na análise e na condução da recuperação dessas áreas. Entendemos que é necessário revisar algumas abordagens, pois há áreas que, infelizmente, não têm como retornar ao estado original”, afirmou Zanette.
Ele ressaltou que a mineração, em nível global, muitas vezes gera impactos irreversíveis. “A mineração em todo o mundo tem esse efeito de impossibilitar o retorno ao que era antes. O nosso objetivo agora é encontrar alternativas viáveis de recuperação. Onde não for possível reverter os danos, precisamos compreender até onde podemos avançar”, explicou.
Outro ponto abordado na reunião foi a importância de garantir que todas as ações sejam acordadas entre as partes envolvidas, evitando futuras contestações. “Tudo o que for feito precisa ser consensual e transparente, para não haver questionamentos posteriores”, acrescentou Zanette.
A juíza responsável pela ACP do Carvão, que recentemente assumiu o caso, tem se mostrado aberta ao diálogo e ao entendimento entre as partes. “Ela é de Criciúma e estamos esperançosos de que consiga dar um norte e otimizar os procedimentos. A ideia principal é buscar um consenso para incorporar essas diretrizes na ACP e avançar com os trabalhos. Caso não haja acordo, caberá a ela tomar as decisões necessárias”, concluiu Zanette.