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Sexta-feira Santa, o Mistério da Cruz e a Via-Sacra

Cotidiano
Cruz Sexta Feira Santa
Imagem: Vaticano News

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Sexta-feira Santa, o Mistério da Cruz e a Via-Sacra

Segundo artigo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a sexta-feira é dia de jejum e abstinência

Hoje as igrejas estão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus. Porém, segundo o Vaticano, não é um dia de luto. “Mas um dia de contemplação do amor de Deus que chega para sacrificar o próprio Filho, verdadeiro Cordeiro pascal, para a salvação da humanidade”.

Segundo artigo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a sexta-feira é dia de jejum e abstinência. “Na Sexta-Feira Santa, é o único dia em que a Igreja não celebra missa, mas celebra-se, sobriamente, uma ação litúrgica fazendo memória da entrega de Jesus por nós quando recebemos a comunhão nas espécies consagradas no dia anterior. Temos também a liturgia das horas”, explica o Cardeal Orani João Tempesta.

A ação litúrgica é uma celebração de adoração pública que inclui orações, ritos, cerimônias e sacramentos.

“A celebração inicia-se em silêncio, pois a Igreja nesse momento está em profunda oração, pela entrega do Senhor por nós. Não tem procissão de entrada, mas faz-se uma entrada curta. Aquele que preside a celebração, se prostra diante do altar e os demais ministros se ajoelham. Não tem os ritos iniciais como de costume, e depois de um instante de silêncio, o presidente da celebração profere a oração do dia”, fala o artigo do cardeal.

Sobre o momento de silêncio, o religioso esclarece que não é para ser um “momento de luto”.

“Sabemos que Nosso Senhor está vivo, é um silêncio de respeito e gratidão pela entrega do Senhor por nós. Nesse momento fazemos esse silêncio profundo, mas no Sábado Santo à noite, uma grande alegria tomará conta de nós, pela ressurreição de Jesus.”

A Sexta-feira Santa

A Sexta-feira Santa nasceu como dia da morte de Jesus (dia 14 do mês de Nissan, que caía numa sexta-feira). Trata-se de um dia de luto, acompanhado de “jejum”, depois estendido a todas as sextas-feiras do ano. A liturgia é composta de três momentos: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. Neste dia, por meio desta liturgia, os fiéis são convidados a fixar seu olhar em Jesus Crucificado, que morreu na cruz para cumprir a sua missão salvífica, que o Pai lhe havia confiado: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”. O profeta Isaías diz: “Ele tomou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e sofrimentos, e nós o julgamos castigado por Deus” (Is 52,13-53,12). Com a sua vida, Jesus pagou um alto preço pela nossa desobediência, mas o fez com amor e por amor: “Sendo rico, Jesus se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9). No contexto desta Sexta-feira Santa, cada um de nós pode ficar diante da cruz e dialogar com o Senhor Jesus sobre os próprios problemas, dramas, sofrimentos. Todas as questões sobre a vida são iluminadas pela Cruz, a ponto de chegarmos a dizer, realmente, que “o coração tem suas razões, que a razão não pode compreender”. O Senhor Jesus deve ser acompanhado com amor, até o fim, como Ele o fez.

A Via-Sacra foi introduzida na Europa pelo dominicano beato Alvaro De Zamora da Cordoba em 1402 e mais tarde pelos Frades Menores.

“O caminho da Cruz”

A Via-Sacra consiste em percorrer espiritualmente o caminho de Jesus ao Monte Calvário enquanto carregava a Cruz, assim como a oportunidade de interiorizar em seu sofrimento.

Em relação ao seu significado, “Via Crucis”, ou Via-Sacra, significa em latim “O caminho da Cruz”. Este caminho é formado por 14 estações que representam determinadas cenas da Paixão, cada uma corresponde a um acontecimento especial ou a maneira especial de devoção relacionada a tais representações.

Antigamente, o número de estações variava consideravelmente em diferentes lugares, mas agora o Magistério prescreve 14:

  1. Cristo é condenado à morte
  2. Jesus carrega a cruz aos ombros
  3. Jesus cai pela primeira vez
  4. Jesus encontra a sua Santíssima Mãe
  5. Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz
  6. Verônica enxuga o rosto de Jesus
  7. Jesus cai pela segunda vez
  8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
  9. Jesus cai pela terceira vez
  10. Jesus é despojado de suas vestes
  11. Jesus é pregado na cruz
  12. Jesus morre na cruz
  13. Jesus é descido da cruz
  14. Jesus é colocado no sepulcro

No princípio, a oração da Via-Sacra era diferente. No século IV, a religiosa Egedia escreveu acerca das peregrinações que os cristãos realizavam a Jerusalém para percorrer os lugares da paixão e morte de Jesus com os Evangelhos na mão. Esta peregrinação terminava no Monte Calvário.

Por Vaticano News

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