A geada pode comprometer pomares inteiros de frutas de caroço, como pêssego e ameixa. Para proteger essas plantas contra o frio intenso é preciso congelá-las. A técnica é chamada de controle de geada por aspersão. O sistema é constituído por aspersores que promovem uma “chuva” no pomar na iminência da geada.
Com o tempo propício à geada, o fruticultor que usa o sistema fica atento. Quando a temperatura do ambiente chega a 1°C, com tendência de queda, é hora de ligar os aspersores. A proposta é criar uma boa lâmina de água sobre as plantas para que elas congelem quando a temperatura chegar a 0°C. E permaneça assim até que a temperatura do ar retorne a patamares positivos.
André Kulkamp de Souza, pesquisador e gerente da Estação Experimental da Epagri em Videira, explica que os danos começam a surgir em frutos quando a temperatura chega a -1°C. No caso das flores, a temperatura mínima suportada é de até -3°C. Quando a planta está completamente congelada, ela se mantém na temperatura de 0°C, independente do frio que faz no ambiente.
Para aprimorar esse trabalho, a Epagri está desenvolvendo projeto para validar a tecnologia de monitoramento automático telemétrico dos dados de temperatura do pomar e outras variáveis, como umidade relativa e molhamento foliar.
A intenção final é entregar no celular, tablet ou computador do fruticultor as informações necessárias para facilitar e aprimorar a tomada de decisão, ao mesmo tempo em que torna seu trabalho menos penoso. Isso porque o produtor precisa enfrentar o frio para ir pessoalmente até o pomar conferir a temperatura medida por termômetros instalados nas plantas. A tecnologia também vai contribuir para aumentar a produtividade dos pomares.