Cotidiano
Vereador denuncia segregação racial em escola
Possível caso de separação de crianças por cor da pele em escola da Grande Florianópolis está sendo investigado
Um vereador de São João Batista, município da Grande Florianópolis, fez uma denúncia grave de segregação racial em uma escola infantil da cidade. Segundo Teodoro Adão (MDB), ele recebeu relatos de pais de alunos sobre uma suposta divisão entre crianças por cor da pele nas turmas do Núcleo Infantil Cebolinha. O vereador visitou a escola e afirmou ter presenciado a separação das crianças, uma situação que, de acordo com ele, já havia sido percebida por algumas professoras da instituição.
Em resposta à denúncia, a administração municipal de São João Batista informou que, após apuração interna, não encontrou qualquer evidência do caso. A prefeitura destacou, ainda, que tomou todas as medidas necessárias para investigar o ocorrido.
Denúncia de segregação racial
O vereador Teodoro Adão usou a tribuna da Câmara Municipal, durante sessão ordinária em 17 de fevereiro, para relatar o que lhe foi contado por pais de alunos. Segundo o parlamentar, ao visitar o Núcleo Infantil Cebolinha, ele encontrou duas salas de aula com “12 crianças em cada”, sendo que uma sala teria apenas crianças brancas, enquanto a outra abrigaria, em sua maioria, crianças negras e morenas.
“Uma sala tinha todas as crianças de pele clara, inclusive com olhos verdes, enquanto a outra tinha apenas uma criança branca, ao lado de crianças negras e morenas”, declarou Teodoro, acrescentando que não tirou fotos da situação porque acredita na veracidade do que presenciou. Segundo ele, duas professoras da escola já haviam notado a divisão, mas se sentiram inseguras para se manifestar sobre o caso.
Resposta da prefeitura
Em nota oficial, a Prefeitura de São João Batista refutou a acusação, destacando que a denúncia de segregação racial é infundada. A administração afirmou que “qualquer falsa comunicação de crime” é um ato ilícito, e que a distribuição dos alunos nas turmas do Núcleo Infantil Cebolinha obedece a critérios pedagógicos, sem qualquer relação com características raciais.
De acordo com a prefeitura, as duas turmas em questão possuem um total de 31 alunos, com a seguinte distribuição: uma turma de 16 alunos, sendo 15 autodeclarados brancos e 1 negro, e outra turma com 15 alunos, sendo 10 brancos, 2 negros, 2 morenos e 1 aluno sem autodeclaração.
“Diante desses números, questionamos como poderia haver qualquer segregação racial. A distribuição das turmas foi feita sem considerar qualquer critério racial, o que demonstra a diversidade e a miscigenação presentes nas salas”, afirmou a prefeitura em sua nota.
Além disso, a administração informou que, após a denúncia, procurou os pais dos alunos envolvidos, os ouvindo sobre o caso. A prefeitura questionou se houve qualquer desconforto por parte dos responsáveis em relação à formação das turmas e se haveria interesse em alterações. As respostas foram negativas, segundo o comunicado oficial.
O que espera a comunidade escolar
O caso gerou grande repercussão na cidade e levanta questões sobre a forma como as escolas devem lidar com a diversidade racial. Enquanto a prefeitura nega qualquer segregação, a denúncia feita pelo vereador segue sendo acompanhada de perto pela população, que aguarda uma investigação mais aprofundada.