Até 600 sites de apostas serão banidos no Brasil: diz Haddad

O Brasil poderá banir até 600 sites de apostas online, as chamadas “bets”, nos próximos dias, caso estejam em desacordo com a legislação recentemente aprovada pelo Congresso Nacional, segundo informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (30). O bloqueio dessas plataformas será realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

“A primeira providência será banir do espaço brasileiro as bets não regulamentadas. Há cerca de 500 ou 600 sites de apostas que serão retirados do ar nos próximos dias, porque a Anatel vai bloquear o acesso a esses sites no Brasil”, explicou Haddad em entrevista à rádio CBN.

O ministro também alertou os apostadores a resgatarem seus saldos o quanto antes, para evitar possíveis perdas financeiras. “Se você tem algum dinheiro em casa de aposta, peça a restituição já, porque você tem o direito de reaver seu valor. Estamos avisando a todos com antecedência”, orientou.

Durante a entrevista, Haddad ressaltou que o governo está comprometido em combater o mau uso das apostas, limitando métodos de pagamento e regulamentando a publicidade das empresas do setor. Além disso, será feito um monitoramento das apostas por meio de CPF.

“Vamos acompanhar CPF por CPF a evolução das apostas e dos prêmios para evitar duas coisas: quem aposta muito e ganha pouco pode estar com dependência psicológica, e quem aposta pouco e ganha muito pode estar envolvido em lavagem de dinheiro. Nosso objetivo é combater esses problemas, tanto de saúde pública quanto de crime organizado”, destacou o ministro.

Em relação à publicidade das bets, Haddad afirmou que ela está “completamente fora de controle” e que uma reunião com entidades do setor ocorrerá amanhã (1º) para discutir a regulamentação. “Assim como há regulação para cigarros e bebidas alcoólicas, precisamos ter o mesmo cuidado com os jogos de apostas”, acrescentou.

Haddad diz que controle fiscal é essencial

Ainda durante a entrevista, o ministro reafirmou seu compromisso com o controle das despesas do governo dentro do novo arcabouço fiscal. Ele mencionou que está solicitando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que mantenha os gastos governamentais dentro dos limites estabelecidos.

“Essa é uma preocupação forte do Ministério da Fazenda. Estamos pedindo ao presidente que reveja algumas questões. É essencial manter as despesas dentro do arcabouço fiscal. Não somos contra a criação ou aprimoramento de programas, mas tudo precisa respeitar esse limite”, frisou Haddad.

O ministro destacou que o arcabouço fiscal é fundamental para equilibrar as contas públicas e sustentar o crescimento econômico com baixa inflação. “Se nos desviarmos desse caminho, repetiremos os erros cometidos entre 2015 e 2022, quando a economia não cresceu e o gasto público aumentou descontroladamente. Esse período não foi benéfico para a economia brasileira”, concluiu.

Haddad também reforçou que, quanto mais o governo seguir as regras fiscais, maior será o espaço para o Banco Central reduzir as taxas de juros.

Fonte: Agência Brasil