Economia
Atividade econômica cresce 4,2% em SC no primeiro semestre
Crescimento foi o dobro do registrado no país, segundo o IBC-BR, indicador do Banco Central; setor industrial cresce 5,2% de janeiro a junho
A atividade econômica de Santa Catarina cresceu 4,2% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. O desempenho catarinense medido pelo IBC-BR, indicador do Banco Central, foi o dobro do registrado na média nacional (2,1%). Considerando-se apenas o mês de junho, a economia de SC teve incremento de 4,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto o país registrou aumento de 3,2%.
“O crescimento econômico catarinense na primeira metade do ano foi influenciado por uma conjunção de fatores, tanto internos como externos. No cenário doméstico, o consumo das famílias – sustentado pelo aumento dos rendimentos reais e queda dos juros – foi determinante. O aumento de exportações de setores industriais que possuem relevante inserção internacional também contribuiu para o resultado, especialmente no crescimento da atividade industrial”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar.
Considerando os grandes setores econômicos, a indústria catarinense teve crescimento de 5,2%. O comércio ampliado avançou 7,2% e o setor de serviços cresceu 5,6% no acumulado dos seis primeiros meses do ano.
De acordo com análise do Observatório Fiesc, o incremento da atividade econômica na indústria foi puxado pelo segmento de equipamentos elétricos, que apresentou alta de 17,6% no acumulado do ano. O setor de máquinas e equipamentos foi outro segmento favorecido pela queda dos juros, tendo expandido 9,6% no acumulado do ano, o que incentivou a demanda da indústria metalúrgica, que cresceu 9,5% nessa análise.
“As melhores condições de acesso ao crédito a partir da queda da taxa Selic foram um dos impulsionadores desse resultado, na medida em que favoreceram a demanda interna por produtos desses ramos industriais”, explicou Arthur Della Vecchia, economista do Observatório Fiesc. Nesse cenário, o comércio de eletrodomésticos, por exemplo, teve alta de 13% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Exportações
A demanda externa também teve papel crucial para o desempenho do setor de máquinas e equipamentos, em especial nas exportações de motores e transformadores elétricos. A atividade econômica no setor de madeira cresceu 5,6%, também acompanhando o desempenho das vendas internacionais, reflexo das melhores condições do mercado imobiliário dos Estados Unidos.
Com o aquecimento do consumo das famílias, a indústria de plástico e borracha cresceu 10,4% nos primeiros seis meses de 2024. O principal vetor de expansão desse setor foi a produção de embalagens plásticas, seja para a indústria alimentícia, que cresceu 4,9% no ano, seja para produtos farmacêuticos, de perfumaria e cosméticos, cujas vendas no comércio tiveram crescimento de 12,0%. Como reflexo desses fatores, as vendas em hipermercados e supermercados cresceram 5,0% no acumulado de 2024, impactando o desempenho da atividade econômica no comércio ampliado.
A demanda agregada mais aquecida a partir do aumento de rendimentos reais e maior acesso ao crédito tem impulsionado o serviço de transporte de cargas, que expandiu 5,8% no primeiro semestre. “Isso incentivou setores interligados a ele, como a indústria automotiva, que expandiu 4,0% no primeiro semestre. O comércio ampliado também foi impactado, com crescimento de 19% nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças no acumulado do ano”, analisou Della Vecchia.
Emprego e renda
O maior dinamismo do mercado de trabalho catarinense, que teve o terceiro maior saldo de empregos industriais no primeiro semestre do ano, incentivou a atividade econômica no setor de serviços. Segmentos relacionados a serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 4,1% no acumulado do ano. Os serviços de alto valor agregado, como aqueles relacionados à tecnologia da informação, tiveram expansão de 5,4% no acumulado do ano.