Economia
Bitcoin ultrapassa 100 mil dólares pela primeira vez e atinge US$ 2 tri em valor de mercado
Projetos de campanha de Donald Trump para a economia estadunidense aquecem o mercado cripto
A espera dos investidores acabou. Na madrugada desta quinta-feira, um mês após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, pela primeira vez na história o Bitcoin atingiu a marca dos US$ 100 mil.
Perto das 10h15 (de Brasília), o ativo subia 7,43% nas últimas 24 horas, a US$ 103,080,02 – neste horário, a máxima histórica do BTC estava em US$ 103.900,47.
Bitcoin entre as big techs
Segundo a Binance, maior corretora de criptomoedas, a principal criptomoeda do mundo ultrapassou o nível de US$ 2 trilhões em valor de mercado, o que a coloca numa seleta lista de sete ativos que já atingiram essa marca, todas elas gigantes de tecnologia listadas em Nova York, como Nvidia, Apple, Microsoft, Alphabet e Amazon.
“A alta histórica do Bitcoin ocorre devido a mudanças estruturais significativas no mercado, possíveis mudanças regulatórias nos EUA sob a administração Trump e adoção institucional alimentada pelo sucesso dos ETFs [fundos de índice] de Bitcoin”, comenta Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina.
Segundo ele, as conversas sobre a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin dos EUA e mais empresas adicionando Bitcoin aos seus tesouros corporativos levam a criptomoeda a estar “à beira da verdadeira adoção global convencional”.
O mercado cripto como um todo também atingiu hoje seu valor de mercado máximo, de US$ 3,2 trilhões, segundo o site CoinMarketCap.
Efeito Trump
Além da criação da reserva nacional de Bitcoin nos EUA, promessa da campanha do presidente eleito Donald Trump, a questão regulatória também tem sido motivo de euforia no mercado cripto. Afinal, o republicano foi eleito com um discurso de mais leniência e abertura aos ativos digitais, o que supõe uma regulação mais branda.
Nessa quarta-feira, 04, Trump anunciou a escolha de Paul Atkins para liderar a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. A escolha de Atkins é vista como positiva para as criptomoedas, já que, atualmente, ele ocupa um cargo em um grupo de lobby criptográfico e já criticou ações regulatórias tomadas pela comissão.
Para completar a “tempestade perfeita” – no bom sentido, é claro – para o Bitcoin, o Partido Republicano de Trump conquistou a maioria tanto na Câmara quanto no Senado dos EUA. Com isso, “é esperada uma maior facilidade de tramitação de possíveis mudanças regulatórias favoráveis aos ativos digitais”, avalia Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad.