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Café mais caro: entenda por que preço disparou

Economia
Aumento no preço do café no Brasil
Foto: Ilustração / Envato

Economia

Café mais caro: entenda por que preço disparou

Preço do café dispara no Brasil com alta de até 100% em um ano. Entenda os motivos da elevação e a previsão da Conab para o futuro do mercado

O preço do café no Brasil segue em alta, impactando diretamente o bolso dos consumidores. Com o aumento contínuo nos últimos meses, a bebida favorita dos brasileiros tem registrado valores elevados, sem sinais de recuo. Para entender as causas dessa escalada, a Rádio Cidade em Dia conversou com Gabriel Rabello, gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que explicou os principais fatores por trás dessa alta.

Rabello destacou que o principal impulsionador dos preços é o aumento no valor pago aos produtores. “O principal fator que está levando ao aumento dos preços é o preço pago ao produtor”, afirmou. O gerente apontou exemplos como o café arábica em Patrocínio (MG), que teve um aumento de 97% em relação ao ano passado, e o conilon no Espírito Santo, com alta de quase 70%. Esse aumento no custo de produção reflete diretamente no preço final do produto.

Além do aumento nos custos para o produtor, Rabello citou a restrição na oferta de café como um fator determinante para a escalada dos preços. De acordo com o especialista, o clima tem sido um vilão para a produção. Problemas climáticos em grandes países produtores, como o Vietnã (maior produtor de conilon), e a seca que afetou a florada do café arábica no Brasil reduziram a produção. “No Brasil, no final do ano passado, o calor intenso prejudicou a florada do café, especialmente do arábica”, explicou Rabello. O gerente também destacou que a florada, que ocorreu entre novembro e dezembro de 2023, também foi impactada pelas condições climáticas desfavoráveis.

Outro fator que tem influenciado os preços do café é o aumento da demanda internacional, especialmente de países como a China, que vem aumentando seu consumo per capita da bebida. As exportações brasileiras também registraram alta, o que resultou em menor oferta no mercado interno e, consequentemente, maior pressão sobre os preços. “O aumento da demanda no mercado internacional agrava ainda mais a alta dos preços, já que o café é uma commodity global, e seu valor é determinado lá fora”, analisou Rabello.

A logística de exportação também é um ponto crítico. Rabello mencionou as deficiências estruturais nos portos brasileiros como um fator que eleva o custo do café no mercado internacional. “O setor exportador aponta que os portos brasileiros têm limitações em comparação com outros países, o que diminui a capacidade de exportação e aumenta os custos operacionais”, explicou. “A falta de infraestrutura portuária adequada pode gerar atrasos nos embarques e aumentar os custos de transporte, impactando diretamente o preço final”, completou.

Com relação ao futuro, Rabello não vê uma perspectiva de redução nos preços a curto ou médio prazo. A previsão é que a produção de café arábica em 2025 sofra com a bienalidade negativa, característica da cultura, o que resultará em volumes menores de produção. “Até recentemente, o preço do café havia se estabilizado, mas a expectativa para 2025 é de uma bienalidade negativa, o que tende a reduzir a produção e manter os preços altos”, afirmou.

O governo federal tem monitorado semanalmente os preços dos alimentos que mais afetam a inflação, e o café está entre os itens acompanhados. No entanto, a dinâmica de produção do café, com seu ciclo de longo prazo, impede que o governo adote medidas rápidas para redução dos preços. “O governo tem feito um acompanhamento constante dos alimentos que mais impactam a inflação, e o café está no radar”, afirmou Rabello. Enquanto isso, a recomendação para os consumidores é ajustar o consumo ou, quem sabe, adicionar um pouco mais de leite para amenizar o impacto no orçamento.

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