Economia
Chefe de gabinete do Porto de Santos assume Itajaí
A nomeação de André Leme da Silva Fleury Bonini preocupa a comunidade portuária; o receio é que sem um interlocutor local haja novo desmonte
A nomeação de André Leme da Silva Fleury Bonini, braço direito do diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, para assumir o comando do Porto de Itajaí, acendeu um alerta na comunidade portuária local. Ele assumiu um cargo que seria ocupado inicialmente pelo advogado itajaiense João Paulo Tavares Bastos Gama após a federalização, que seria um nome itajaiense à frente do maior porto de Santa Catarina e segundo do Brasil em movimentação de contêineres.
Operadores portuários, agentes marítimos, trabalhadores e representantes de outros segmentos ligados à atividade temem que com o comando centralizado em Santos, o Porto de Itajaí volte à realidade da década de 1990, quando foi subordinado à extinta Companhia Docas de São Paulo e ficou totalmente engessado. Inclusive, na época, o porto itajaiense ficou praticamente sucateado.
Embora essas categorias tenham se manifestado contra o processo de federalização desde o ano passado, quando o assunto veio à tona, ele viam o fato da nomeação de um interlocutor local para tratar das demandas junto a Santos como uma possibilidade do porto itajaiense manter sua autonomia. Eles consideram essa nomeação como a cartada final para o desmonte do porto.
O fato da nomeação de Bonini ter sido feita na última quinta-feira (2) e não ter sido anunciada a comunidade portuária, que teve conhecimento apenas na tarde de ontem (6), também é vista pelos portuários como um sinal de descaso da presidência do Porto de Santos para com Itajaí. A nomeação foi feita pelo prefeito Robison Coelho (PL), por indicação da Autoridade Portuária de Santos.
Bonini assume o Porto de Itajaí de forma interina até a criação e aprovação da empresa federal, o que pode levar até um ano, segundo o convênio firmado entre Santos e o Ministério de Portos e Aeroportos.