Copom mantém Selic em 15% e pausa ciclo de alta
Taxa básica estaciona no maior nível desde 2006; decisão traz impactos diretos à economia catarinense
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (30) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de alta iniciado em setembro de 2024. A decisão unânime reflete a necessidade de monitorar os efeitos acumulados dos aumentos anteriores antes de considerar qualquer mudança futura.
Com juros neste patamar — o mais alto desde julho de 2006 — o Copom projeta manter a Selic estável por um período prolongado. Apesar dessa pausa, o colegiado alertou que não hesitará em retomar o ciclo de elevação caso perceba riscos elevados à inflação.
Impacto em Santa Catarina
Para a economia catarinense, o endurecimento dos juros pode significar crédito mais caro e desaceleração na expansão de setores sensíveis, como indústria, comércio e investimento em máquinas e equipamentos.
Santa Catarina, que possui um PIB de mais de R$ 500 bilhões e forte desempenho nas exportações — especialmente no agronegócio e na metal‑mecânica — viu crescimento impulsionado por queda de juros e consumo interno nos últimos anos. Com o crédito encarecido, a demanda pode ser afetada, sobretudo para pequenas empresas e setores com maior dependência de financiamentos.
O que esperar
Com o IPCA acumulando 5,35% em 12 meses ao fim de junho — acima do teto da meta contínua de 4,5% —, o Banco Central mantém postura cautelosa, mesmo diante de sinais de desaceleração inflacionária.
Analistas consultados pelo Boletim Focus estimam que o patamar de 15% será mantido até o fim de 2025, com início gradual de cortes só em 2026.