Impactos do Ano Novo Chinês no comércio exterior brasileiro

O comércio exterior brasileiro deve ser impactado com o Ano Novo Chinês, que será celebrado oficialmente em 29 de janeiro, com festividades previstas entre 28 de janeiro e 4 de fevereiro. Considerado o mais importante feriado asiático, ele desafia as empresas de logística, que buscam soluções para diminuir os impactos nessa época do ano. Durante o período, países como China, Coreia do Sul, Singapura e Tailândia interrompem suas atividades produtivas e logísticas, durante as comemorações. Essa pausa não afeta apenas a fabricação e negociação de mercadorias, mas também serviços cruciais, como embarque, transporte, armazenagem e desembaraço aduaneiro.

Na China, por exemplo, que figura entre os maiores exportadores mundiais e registrou quase US$ 1 trilhão em exportações recentemente, a paralisação gera reflexos em toda a cadeia global. Para empresas brasileiras que dependem desses mercados, é essencial desenvolver estratégias preventivas para evitar atrasos, prejuízos e desabastecimento.

Especialista na área, Guilherme Cruz, diretor da ES Logistics, afirma que é possível adotar medidas práticas para garantir que as operações internacionais continuem fluindo, mesmo diante desse cenário. “Adiantar os pedidos com fornecedores chineses é uma estratégia indispensável para quem deseja minimizar os impactos das paralisações. Requisitar produtos e serviços com cerca de três meses de antecedência garante maior segurança nas entregas, considerando que fábricas e serviços na China suspendem completamente suas atividades durante as festividades”, explica.

Ele lembra que outro ponto essencial é manter um estoque seguro. Essa prática, comum entre empresas de bens duráveis, se torna ainda mais relevante nesse período, pois permite que o atendimento aos clientes seja mantido, mesmo diante de imprevistos ou atrasos. Cruz acrescenta que o planejamento logístico antecipado deve ser prioridade. “Com a proximidade do Ano Novo Chinês, os custos de frete e serviços de comércio exterior tendem a aumentar. Negociar valores e agendar os processos com antecedência pode representar uma economia significativa para as operações”.

Além disso, a comunicação eficiente com fornecedores e parceiros logísticos é fundamental. Ter clareza nas negociações de prazos, condições e valores evita contratempos e assegura que as necessidades da empresa e dos clientes sejam atendidas em tempo hábil. “Para mais segurança, diversificar fornecedores e mercados é uma medida recomendada, pois reduz a dependência de uma única fonte e proporciona alternativas em caso de imprevistos. Da mesma forma, gerenciar o fluxo de caixa com eficiência é crucial para lidar com despesas inesperadas que podem surgir”, finaliza o diretor da ES Logistics.