Economia
Incêndio em cargueiro pode afetar portos de SC
Navio com três mil carros foi abandonado no Pacífico e pode atrasar cargas destinadas a terminais catarinenses
Por
Redação
Um navio cargueiro com cerca de três mil carros a bordo foi abandonado em alto-mar após um incêndio no Oceano Pacífico, segundo informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos nesta semana. A embarcação seguia da Ásia para a América do Sul e, apesar de o destino exato não ter sido divulgado, especialistas alertam para possíveis impactos logísticos nos principais portos do Brasil, incluindo os de Santa Catarina.
Portos como os de Itajaí, São Francisco do Sul e Imbituba, que movimentam regularmente veículos e peças automotivas, podem sentir os reflexos do incidente, especialmente em um momento em que o setor automotivo opera com cadeias de suprimentos ajustadas. A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado (Setcesc) monitoram a situação.
Segundo autoridades americanas, o incêndio começou na casa de máquinas do navio, forçando os 21 tripulantes a abandonarem a embarcação. Eles foram resgatados com vida, e não houve feridos graves. As causas ainda estão sob investigação.
O navio transportava modelos de montadoras japonesas e sul-coreanas, mercados que mantêm relações comerciais frequentes com Santa Catarina. A SCPar Porto de Imbituba informou que ainda não houve alteração na programação oficial de atracação, mas está em contato com armadores para possíveis ajustes.
Caso o atraso na entrega dos veículos se confirme, concessionárias catarinenses e consumidores podem enfrentar prazos maiores para aquisição de carros importados. O Observatório da Logística de SC também aponta risco de aumento de custos com armazenagem e redirecionamento de cargas.
A Marinha do Brasil, por meio da Delegacia da Capitania dos Portos em Itajaí, acompanha a situação por meio de canais internacionais de monitoramento marítimo. A expectativa é de que as autoridades norte-americanas consigam rebocar o navio antes que ele represente risco ambiental.
A FIESC reforça que é necessário planejamento para evitar gargalos, sobretudo em um estado que depende fortemente da importação para abastecer sua indústria e o mercado interno. O episódio acende o alerta para a vulnerabilidade logística global e sua repercussão direta na economia catarinense.