Economia
Indústria de SC teme tarifaço dos EUA e pede diálogo
FIESC alerta para prejuízos nas exportações e cobra negociação para evitar perdas ao setor produtivo
A possível imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros acendeu um alerta na indústria catarinense. O tema foi debatido nesta sexta-feira (18) durante reunião da diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que defende o diálogo como caminho para evitar impactos graves ao setor produtivo e à economia do estado.
De acordo com o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, os Estados Unidos são o principal destino das exportações de Santa Catarina, com embarques que somaram US$ 1,74 bilhão em 2023. Entre os principais produtos exportados estão obras de carpintaria, motores e transformadores elétricos, madeira e peças automotivas. “Dependemos muito dos Estados Unidos. São produtos de valor agregado que não conseguimos redirecionar com facilidade para outros mercados”, afirmou Aguiar.
Segundo a entidade, embora ainda não haja cancelamentos formais de pedidos, muitos clientes norte-americanos estão pedindo o adiamento de embarques enquanto aguardam definições sobre a medida tarifária. “Reconquistar um cliente perdido por tarifas é difícil e custoso. O prejuízo será imenso”, alertou o presidente da FIESC.
Na última quarta-feira (16), Aguiar se reuniu com o vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, para tratar do assunto. Na ocasião, reforçou que uma eventual retaliação agravaria o cenário e sugeriu alternativas como a prorrogação do início da aplicação das tarifas e a ampliação do diálogo diplomático.
Santa Catarina, cuja economia é fortemente integrada às cadeias globais de valor, pode sofrer com retrações imediatas caso o tarifaço entre em vigor. A FIESC avalia que o momento exige ação coordenada entre governo federal, setor produtivo e representação internacional, com foco na negociação e preservação dos mercados estratégicos.