Economia
Redução nos gastos marca Natal 2024, mas consumo segue cauteloso
A intenção de gastos dos consumidores para o Natal de 2024 apresentou uma redução de 2,5%
A intenção de gastos dos consumidores para o Natal de 2024 apresentou uma redução de 2,5%, alcançando R$ 672, com uma queda ainda maior, de 6,8%, quando ajustada pela inflação. Apesar disso, 49% das pessoas afirmaram que sua situação financeira melhorou em comparação com o ano anterior, registrando o maior índice da série histórica. A percepção de piora financeira caiu para 16%. Essa contradição entre a melhora percebida e a redução nos gastos pode ser explicada pelo aumento da taxa de juros, que passou de 10,75% para 11,25%, e pelas expectativas de alta na inflação, incentivando um comportamento de consumo mais cauteloso.
Os itens mais buscados para presentes incluem vestuário, brinquedos, calçados e produtos de perfumaria/cosméticos. Porém, os maiores gastos médios estão associados a categorias como carros/motos (R$ 2.400), informática (R$ 2.015) e eletrônicos (R$ 1.740). Mais da metade dos consumidores (51,1%) planeja antecipar suas compras, aproveitando promoções da Black Friday e o pagamento do décimo terceiro salário. O comércio de rua é o local preferido, escolhido por 62% dos entrevistados, com a maioria optando por pagamentos à vista, principalmente via cartão de débito.
A forma de pagamento também reflete mudanças. Embora 79% ainda prefiram pagar à vista, houve uma redução de 2,9 pontos percentuais em relação ao ano passado. Enquanto isso, o parcelamento cresceu, sendo escolhido por 19% dos consumidores. Entre os pagamentos à vista, o cartão de débito lidera, com 31%, seguido pelo dinheiro e pelo PIX, ambos com 17%. O uso de dinheiro apresentou uma queda de 7,5 pontos percentuais.
As redes sociais se destacam como o principal canal de influência nas decisões de compra, impactando 35% dos consumidores. Exposições e vitrines aparecem em segundo lugar, influenciando 24%, seguidas por recomendações de amigos e familiares, com 13%. Mídias tradicionais, como televisão e rádio, têm impacto reduzido, enquanto websites e lojas virtuais alcançam 6% da influência. Um segmento de 10% dos consumidores afirma não ser influenciado por nenhum desses meios.
O preço continua sendo o principal fator para a escolha de estabelecimentos comerciais, mantendo 37% de relevância. O atendimento ao cliente ganhou importância, subindo de 23% para 24%, enquanto a qualidade do produto apresentou uma queda significativa, de 26,8% para 18%. Promoções permanecem como um atrativo relevante, sendo citadas por 16% dos entrevistados, mas a facilidade de pagamento perdeu destaque, passando de 5,3% para apenas 1%.
A pesquisa de preços ainda é uma prática comum para 79% dos consumidores, embora tenha recuado 12 pontos percentuais. As visitas às lojas físicas são o método mais utilizado, com 49% de adesão, seguidas pela internet, com 29%. Métodos tradicionais, como consultas por telefone ou encartes, têm representatividade mínima, com apenas 0,5%.
O comércio presencial mantém sua força, representando 76% das preferências, um aumento de 1,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Em contrapartida, as compras online caíram para 22%. O comércio de rua lidera, subindo de 51,7% para 62%, enquanto shoppings e camelôs perderam espaço. A preferência por locais físicos reflete o desejo por uma experiência de compra mais direta e personalizada.
Entre as categorias de presentes mais compradas, vestuário lidera, com 36%, seguido por brinquedos (22%) e calçados (15%). Produtos de perfumaria e cosméticos aparecem com 11%, enquanto eletrônicos correspondem a 4% das intenções de compra. Itens como joias, móveis, livros e produtos de cama/mesa/banho têm menor procura, com apenas 1% cada.
Esses dados refletem um comportamento de consumo mais seletivo e estratégico, onde os consumidores valorizam experiências presenciais e optam por categorias que atendem tanto a necessidades quanto a preferências pessoais, dentro de um orçamento mais controlado.