Safra da tainha em Santa Catarina se aproxima do fim
Com cerca de 100 t ainda disponíveis, temporada já registra mudanças em cotas e reação do Estado
A safra da tainha em Santa Catarina está perto do fim, restando pouco mais de 100 toneladas até o alcance da nova cota estabelecida — cerca de 22% do total já foi capturado. A temporada, iniciada em 1º de maio, envolve modalidades tradicionais como arrasto de praia e emalhe anilhado em diversas praias do litoral, de Florianópolis a Laguna.
O governo catarinense conseguiu aumentar recentemente a cota da pesca por arrasto em 100 toneladas, elevando o limite para 1,2 mil toneladas. A expansão usa saldo remanescente da modalidade cerco/traineira, fortalecendo tanto a economia dos pescadores quanto o combate ao esgotamento precoce do estoque.
Mesmo com o crescimento nas capturas, agentes permanecem atentos às condições meteorológicas: a frequência e intensidade dos ventos sul, bem como a temperatura da água, continuam sendo determinantes para a chegada dos cardumes à costa. Em paralelo, o recurso enfrenta tensão jurídica: o governo estadual questiona no STF a limitação imposta exclusivamente a embarcações artesanais catarinenses, enquanto especialistas pedem que a medida seja aplicada regionalmente, para proteger o recurso.
O ciclo de pesca, que envolve forte tradição cultural e econômica, mobiliza comunidades inteiras em processos coletivos que repassam saberes históricos e estabelecem rituais de convivência com o mar . A ampliação da cota, aliada às discussões sobre sustentabilidade e justiça regulatória, coloca SC no centro de um debate crítico sobre os limites da pesca artesanal.
O que vem à frente?
Considerando o ritmo atual, a safra deve ser encerrada em breve com a cota esgotada.
O STF deve julgar a contestação referente à cota exclusiva para SC nas próximas semanas.
A atuação conjunta de autoridades, pescadores e técnicos da Epagri/Ciram será decisiva para equilibrar tradição, renda e conservação.