Safra de mandioca cresce 20% e reforça papel da agricultura familiar no Sul catarinense

Produtores registram aumento de produtividade sem expansão de área plantada; estabilidade de preços garante rentabilidade.

Leticia Matos

Publicado em: 23 de outubro de 2025

4 min.
Safra de mandioca cresce 20% e reforça papel da agricultura familiar no Sul catarinense. - Foto: Divulgação

Safra de mandioca cresce 20% e reforça papel da agricultura familiar no Sul catarinense. - Foto: Divulgação

A safra de mandioca 2025 encerrou com resultados positivos no Sul de Santa Catarina. De acordo com dados do setor, a produção de raízes cresceu cerca de 20% em relação ao ciclo anterior, impulsionada pelo aumento da produtividade nas lavouras e pela eficiência no manejo agrícola. O desempenho reforça o protagonismo da agricultura familiar na economia regional.

Segundo Cloudo Rocha, diretor comercial da Rocha Alimentos — maior beneficiadora de mandioca do Estado —, o avanço se deve principalmente à melhoria técnica das propriedades rurais. “A base de fornecedores se manteve praticamente estável, o que mostra que o produtor conseguiu colher mais na mesma área plantada”, explicou.

Hoje, aproximadamente 400 famílias agricultoras integram o sistema de fornecimento da Rocha Alimentos, o que demonstra a importância social e econômica da cultura. Mesmo com o aumento da oferta, os preços médios permaneceram estáveis em relação ao ano anterior, garantindo rentabilidade ao produtor e previsibilidade ao mercado. “A produtividade do amido ainda está abaixo da média de outros estados, mas vem evoluindo. O importante é que estamos em um caminho de crescimento sustentável”, acrescenta Rocha.

Raiz da cultura catarinense

A mandioca é uma lavoura tradicional no Sul de Santa Catarina, presente desde os primeiros assentamentos na região. Para muitas famílias, ela representa não apenas uma fonte de renda, mas também um símbolo de identidade e segurança alimentar.

A extensionista da Epagri, Lilian dos Santos, destaca que o cultivo acompanha a história do Estado desde os tempos indígenas e foi essencial para a adaptação dos colonizadores açorianos. “Quando os açorianos chegaram ao litoral, perceberam que o trigo não produzia bem aqui e passaram a adaptar suas receitas para a mandioca, que se desenvolveu de forma excelente no solo e no clima da região”, explica.

Durante décadas, cada família mantinha seu próprio engenho de farinha — base da economia local e da culinária tradicional. “Pratos como bijajica, rosca, mané-pança e broa nasceram dessa tradição. Hoje, o desafio é manter viva essa cultura alimentar, que faz parte da nossa identidade”, completa Lilian.

O bom desempenho da safra 2025 indica um cenário de otimismo para os produtores e reforça a importância da valorização das práticas agrícolas sustentáveis, que unem tradição e inovação no campo catarinense.


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