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Saiba onde já alugam galinhas pela alta dos ovos

Economia
Rent The Chicken Scaled
Imagem ilustrativa: Envato

Economia

Saiba onde já alugam galinhas pela alta dos ovos

Especialistas alertam sobre alta dos preços dos ovos e café e medidas extremas em alguns países

Os preços dos alimentos essenciais estão pesando no bolso do consumidor. Entre os vilões da vez, os ovos e o café lideram a alta, e o cenário preocupa.

O Brasil, maior produtor mundial de café, enfrenta um período desafiador. A seca de 2023 foi a mais severa dos últimos 70 anos, e as ondas de calor de 2023 e 2024 comprometeram ainda mais a produção. “A previsão é que a safra de 2025 seja 12,4% menor que a do ano passado. Com menos oferta, o preço sobe”, alerta o economista Murialdo Gastaldon.

O problema não é só brasileiro. No Vietnã, outro grande produtor, a colheita caiu quase 20% em 2024. O Brasil aproveitou esse vácuo, aumentando as exportações em quase 30% no mesmo ano. “Isso significa menos café no mercado interno e preços mais altos para o consumidor brasileiro”, diz ainda o economista.

Ovos: calor, custo e aumento da demanda

Os ovos também dispararam. Em Santa Catarina, o preço subiu cerca de 30% no início de 2025, segundo dados da Acats. A vice-presidente da Região Sul da Acats (Associação Catarinense de Supermercados), Monique Pizzetti, explica que a combinação entre o calor excessivo e a maior procura na Quaresma tornou o cenário ainda mais crítico. “Com o aumento dos preços da carne bovina, os consumidores buscaram alternativas, como os ovos. A demanda subiu consideravelmente”, aponta.

E não é só isso. O calor impacta direto na produtividade das galinhas. “Temperaturas elevadas fazem com que elas comam menos e, consequentemente, produzam menos ovos”, explica Gastaldon. Para manter a temperatura nos aviários, o consumo de energia aumentou, elevando o custo da produção.

Outros fatores pressionam os preços. “O milho, principal alimento das aves, teve um aumento significativo desde julho de 2024. As embalagens dobraram de preço nos últimos oito meses”, completa o economista.

Nos EUA, a situação é ainda pior, segundo o especialista. “A dúzia de ovos lá é vendida a US$ 13. Isso é mais de US$ 1 por ovo”, ressalta. A gripe aviária levou ao sacrifício de mais de 130 milhões de aves no país, agravando a escassez.

Diante disso, uma solução inusitada surgiu: aluguel de galinhas. Sim, você não leu errado. “Em alguns estados americanos, as pessoas já estão aderindo ao ‘rent the chicken’, onde alugam galinhas para ter uma produção própria de ovos”, comenta o economista. “Espero que não cheguemos a esse ponto por aqui”, torce.

Com a alta dos ovos, os brasileiros estão migrando para outras proteínas. Segundo a Acats, em 2025 o consumo de frango aumentou 20%, enquanto a venda de carne bovina caiu 10%. “Durante a Quaresma, a expectativa é de que o peixe também ganhe espaço no prato do consumidor”, diz Monique.

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O ovo ficou caro e os brasileiros precisam readequar os hábitos.

A Acats tem buscado soluções para conter a disparada de preços. “Estamos trabalhando junto com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) para equilibrar o mercado e garantir um preço justo”, afirma ainda a vice-presidente.

E as notícias não são animadoras. “Os preços dos ovos e do café devem permanecer elevados enquanto fatores climáticos e econômicos continuarem pressionando a oferta”, analisa Gastaldon.

O consumidor precisará pesquisar mais, buscar promoções e adaptar o consumo. “A produção de alimentos enfrenta desafios que vão além da economia. Enquanto isso, cabe ao brasileiro encontrar alternativas para equilibrar o orçamento sem abrir mão da qualidade alimentar”, aconselha o economista.

 

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