Economia
Secretário classifica como “catastrófica” a federalização do porto
Ivan Amaral conta que o governo do estado teria interesse em administrar o Porto de Itajaí no caso da União não renovar o contrato com Itajaí
“A atual gestão já havia matado o Porto de Itajaí e agora o governo federal colocou os últimos pregos no caixão”. Essa frase do secretário de Estado de Portos Aeroportos e Ferrovias, Ivan Amaral, define o grau de satisfação do Governo do Estado com a federalização da gestão do Porto de Itajaí, assinada ontem (17), no Ministério dos Portos e Aeroportos.
O engenheiro classifica a federalização como “catastrófica” para o Porto Itajaí. “Quem vai administrar o Porto é a Autoridade Portuária de Santos, que vai cobrar as taxas de dragagem, as tarifas portuárias. Itajaí não vai mandar mais no seu Porto. Inclusive, aquelas áreas – o molhe e as áreas turísticas – vão passar para o Porto de Santos. O Porto Itajaí não é mais de Itajaí, pertence a Santos.”
Outro ponto abordado pelo secretário é que com a gestão do porto paulista, há um risco iminente das cargas de Itajaí migrarem para Santos. “Você acha que as cargas vão vir para Itajaí? Certamente eles vão colocar as cargas para santos o máximo que eles puderem e mandar para Itajaí apenas o que sobrar. Será um concorrente administrando o outro.”
Estadualização
O secretário disse que ele, o governador Jorginho de Mello e o senador Beto Martins (PL-SC) estiveram com o ministro de Portos e Aeroportos Sílvio da Costa Filho e propuseram a que, caso o município não tivesse condições de assumir se manter na gestão do Porto, que o estado assumisse a gestão. Isso porque, segundo Ivan, os desmandos dos atuais administradores, impactaram em grandes prejuízos a imagem da Autoridade Portuária de Itajaí.
“A gente queria que a gestão do porto ficasse no município, mas se não fosse possível, que passasse para o Estado”, disse Ivan. Ele assegura que o Estado vai continuar lutando junto com seus políticos para tentar reverter essa federalização, mas com pequenas chances de que isso venha a ocorrer. “A outorga já voltou para o governo federal. Mesmo assim, temos que continuar pressionando”, pontua o secretário.